Polêmica

BETC ATENDE TRIBUNAL DAS REDES SOCIAIS

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Boralli: desculpas pelo escorregão

Uma semana após anunciar seu novo diretor geral da agência, a BETC/Havas emite comunicado anunciando que em decisão consensual, José Boralli não continuará na empresa em razão de falta de condições operacionais.

A tradução desse forte motivo é a reação de seguidores da agência no Facebook, inclusive funcionários, condenando a contratação do profissional, que em outubro do ano passado publicou um post infeliz nas redes sociais criticando eleitores nordestinos que deram maioria de votos no primeiro turno das eleições presidenciais ao candidato do PT, que mereceu neste Blog uma matéria com o título “Escorregou no Pelourinho”.

O pedido público de desculpas de Boralli após a repercussão negativo de seu post foi dirigido inclusive à agência para a qual trabalhava na época, a Africa, fundada pelo baiano Nizan Guanaes e co-presidida por outro baiano, o criativo Sergio Gordilho.

“Nordeste vota em peso no PT. Depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego!” é uma frase que à primeira vista não condiz com o perfil de um profissional até então destacado de Atendimento da publicidade brasileira, cuja história recente de sucesso deve muito a nordestinos.

Em março de 2018, seis meses depois de deixar a vice-presidência da We, Boralli havia sido contratado como diretor de Negócios de Africa. Mais seis meses se passaram até o post que o deixou quase um ano desempregado e ainda hoje o persegue na vida profissional.

Em seu currículo, cargos e funções importantes em agências como JWT, Almap, DM9, Momentum e B/Ferraz, além das já citadas Africa e We.

A BETC não resistiu à enxurrada de críticas em sua página no Facebook onde comemorava a contratação. A maioria dos cerca de 250 comentários mostrou que a atitude do ano passado continuaria sendo lembrada e que será difícil a Boralli se livrar da acusação de xenofobia ainda por algum tempo.

Condenado pelo tribunal das redes sociais, restou à BETC acolher o resultado e terminar a relação apesar da justificativa da contratação que incluiu em seu comunicado ao mercado.
“De forma consensual, a BETC/Havas e o publicitário José Boralli decidiram não dar sequência a sua contratação. A BETC/Havas escolheu José Boralli por sua capacidade profissional e currículo reconhecido no mercado publicitário, e Boralli reconheceu a oportunidade que lhe foi apresentada para trabalhar em uma agência como a BETC/Havas. Entretanto, ambas as partes concordaram em não seguir adiante com a relação por entenderem que não havia condições operacionais”.