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A MÚSICA É RUIM MAS CERVEJA É BOA

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Criar uma campanha ruim pode dar orgulho? No caso da nova ação publicitária de verão da cerveja Rio Carioca, sim.

A produtora responsável por produzir jingles ridículos de ritmos brasileiros, com letras lugar-comum, até pediu para não ser identificada, já que foi substituída por IA.

A ideia da agência 11:21 foi ilustrar imagens com aquelas músicas chiclete ruins, às vezes péssimas, ridículas até, mas que um ritmo contagiante se instalam na cabeça das pessoas.

Os filmes mostram cenas de produto, rótulo, embalagens ao som de jingles dos ritmos mais brasileiros. Só que as letras são sempre ruins, ridículas, tipo “Rio Carioca, doce sabor, bebendo praia, sol e amor.”

A campanha sugere, com muito humor, que a Rio Carioca combina com qualquer ritmo. A edição mostra exatamente isso, as cenas parece que foram feitas especialmente para cada música.

Pagode, Rap, Bossa Nova , Forró e  Sertanejo Raiz (assista abaixo) são os cinco filmes que formam a campanha, que entra no ar ainda em dezembro no digital e nas redes sociais e ficam até o carnaval.

O conceito da campanha é simples e explica a opção pelos jingles ruins com ritmos ótimos e letras ridículas: “Pagode até quando é ruim é bom. Cerveja não. Cerveja tem que ser Rio Carioca.” A mesma coisa com os outros ritmos.

A produção dos comerciais é da Cinerama Brasilis, com direção de Mário Nakamura e a produtora de som pediu pra não ser identificada justamente pela qualidade das letras ser tão ruim.

“As músicas ficaram ridículas” pondera o diretor musical “não gostaria de me associar a isso, fiz porque o Gustavo pediu.”

Além dos filmes, posts com a cara da Rio Carioca nas redes sociais vão brincar com a qualidade baixa dos jingles e até com o fato dos produtores não quererem se identificar.

“Nossa nova campanha é o Milli Vanilli ao contrário” diz um post. “A cerveja não tem melhor. A musiquinha não tem pior” diz outro.

A criação da campanha é de Diego Crisostomo e Gustavo Bastos.

“São letras totalmente lugar-comum, aleatórias, mas com aquele ritmo contagiante da música brasileira. Na verdade, fizemos uma homenagem aos ritmos brasileiros, mas com o jeito Rio Carioca e 11:21 de comunicar”, diz Gustavo.

Já Diego Crisostomo, diretor de Arte da campanha declara rindo que “Nunca tive tanto orgulho de uma campanha ruim!”