Opinião

MERCADO DEVE PERDER MAIS UM GRANDE ANUNCIANTE

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Na véspera do Dia dos Pais, 123 Milhas lançou comercial vendendo pacotes para a Data. Cinco dias depois anunciou que estava suspendendo a comercialização de viagens promo, sem data marcada de embarque.

Denúncia de demissões em massa e determinações da Justiça obrigando a empresa a reembolsar clientes são um prenúncio da queda de mais um grande anunciante.

A derrocada de empresas que não suportaram crescimento desenfreado é extensa no país. Vasp, Arapuã, Itapemirim e Ricardo Eletro, além do Mappin. Eleita Empresa do ano em 1982, fechou as portas em 1999 com uma dívida de R$ 1.2 bilhão. Atualmente opera comércio eletrônico com móveis da Marabraz.

A 123 Milhas foi o maior anunciante do Brasil em 2021, com R$ 2,37 bilhões em compra de publicidade, e o segundo em 2022, atrás apenas do laboratório Genoma, fabricante de produtos populares como Asepxia, Cicatricure, Tio Nacho, Goiocochea e Proctan, que investiu R$ 1,55 bilhão em compra de mídia em 2022. No ano passado a 123 Milhas aplicou R$ 1,18 bilhão em propaganda.

Fundada em 2016 em Belo Horizonte pelos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, a 123 Milhas também é dona da Hot Milhas e, em janeiro passado, comprou a MaxMilhas, fazendo com que a operação tivesse um crescimento extremamente rápido.

Atualmente, a empresa é atendida pela Caeli Publicidade e Propaganda, com sede no bairro de Savassi, em Belo Horizonte. Essa agência foi fundada há 3 anos, sucedendo a Spicy Comunicação, incluída na Dívida Ativa da União por não pagar impostos federais no valor de R$ 2,3 milhões.

Ambas têm ligações com a família detentora da 123 Milhas. O endereço da Caeli é o mesmo da Novum Participações, que pertence aos irmãos Madureira, e o dono da Caeli é José Augusto Madureira, pai da dupla.