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ESTUDO REVELA TRABALHO FEMININO NO AUDIOVISUAL

Publicado em
Marianna e Gabriela Eugênio da Aliança Sem Estereótipos

A WMcCann foi a agência que mais orçou produções audiovisuais com mulheres na direção. Em seguida, aparecem a Publicis, BETC Havas e GUT. Por outro lado, Publicis, a Suno e a GUT foram as que efetivamente realizaram trabalhos com direção feminina. Na sequência, Africa e CP+B.

Esse é o resultado de estudo da FreeTheWork Brasil, entidade parceria da plataforma global que luta pela diversidade e inclusão de profissionais sub-representados no Mercado Audiovisual, apresentado em evento para o setor.

O levantamento teve a participação de 45 profissionais do movimento, que compartilharam seus insights sobre temas relacionados à diversidade dentro das agências e o sentimento geral em torno da equidade de gêneros no Mercado.

O balanço aponta que 91% das pesquisadas são representadas por alguma produtora audiovisual. Em relação à pandemia, mesmo com 2022 já ter sido um ano menos tenso do que os anteriores, 55,6% das respondentes ainda sentiram que seus trabalhos foram prejudicados pelo período e 20% viram um impacto positivo. Apenas 40% dessas profissionais acreditam que houve um aumento do volume de pedidos de orçamento em relação aos anos anteriores.

“Analisando os dados de anos anteriores, uma curiosidade foi observar empates técnicos entre os primeiros colocados. Mais uma vez a Publicis se manteve na liderança, mas dessa vez empatada a Suno e a Gut, que até então nunca tinham configurado nas nossas pesquisas. Sabemos que ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Porém, essa última pesquisa demonstra uma diversidade maior nas agências e como o trabalho de equidade de gêneros vem evoluindo dentro do meio publicitário, ainda que a passos lentos”, disse Marianna Souza, presidente da APRO e porta-voz do Free The Work no Brasil.

“Que possamos ser lembradas durante os 12 meses do ano e não apenas no mês de Março”, afirmou.

“A Aliança Sem Estereótipos já vinha trabalhando no movimento de expansão para toda a cadeia produtiva da indústria publicitária, inclusive o mercado audiovisual. Em 2022, já tivemos um grande avanço ao firmar uma parceria com a APRO com metas de ter pelo menos uma diretora na fase de concorrência, ter uma porcentagem progressiva na participação de mulheres nas equipes técnicas, sendo 20% de mulheres na composição da equipe no primeiro ano, 30% no segundo ano e 50% do total no quarto ano, além de estimular que as posições de liderança sejam ocupadas por mais mulheres diversas”, explicou Daniele Godoy, gerente da Aliança Sem Estereótipos no Brasil.

Sobre os segmentos mais produzidos, as categorias mais dirigidas pelas mulheres da pesquisa permaneceram as mesmas de 2021, mudando apenas a ordem. Beauty / Fashion estão em primeiro lugar com 64,4%, Lifestyle em segundo com 37,8%, e documental / testemunhal em terceiro com 31,1%.

Apenas 15,6% (22% em 2021) das participantes do levantamento informaram que dirigiram para assuntos ligados a pautas de diversidade, ativismo e representatividade.

“Sem dúvida estes temas são importantes, mas ver a queda desse dado nos mostra o quanto o mercado está reconhecendo o talento dessas diretoras e toda a sua versatilidade, o que nos deixa esperançosas de um futuro cada vez melhor para as mulheres do audiovisual”, completou Mariana Youssef, embaixadora do FreeTheWork no Brasil.