Ação Social

PROJETO AMPLIA VOZ DE MARIELLE FRANCO

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Assassinada em março de 2018 aos 39 anos, a então vereadora do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL em 2016 com a quinta maior votação da cidade, Marielle Franco vai continuar a ser ouvida.

O site “A Voz de Marielle”, lançado pelo Instituto Marielle Franco, proporciona ao público ouvir seus discursos em um projeto global realizado em parceria com a agência VMLY&R Madri.

Quatro anos após seu assassinato, o rosto da socióloga e ativista Marielle Franco se tornou mundialmente um ícone político e cultural, espalhado nas mídias, artes de rua e outras formas de expressão.

O projeto não quer deixar a memória se apagar e apresenta de um jeito interativo alguns de seus principais discursos para encorajar as pessoas a seguirem sua luta por igualdade, justiça de gênero, raça e direitos humanos.

No centro da ação está uma experiência interativa inovadora de realidade virtual desenvolvida pela Vetor Lab, que transforma o rosto de Marielle em um portal para sua voz. Ela usa reconhecimento facial e inteligência artificial para identificar retratos da ativista (fotografias, grafites, ilustrações etc.).

As pessoas devem simplesmente acessar o site, apontar a câmera do celular para o rosto da Marielle para ativar imediatamente seus discursos mais fortes. Cada discurso conta com uma trilha feita em parceria com a produtora de áudio DaHouse, que com a ajuda de uma inovadora tecnologia de sintetizadores, instrumentalizou a voz de Marielle para criar a composição

As pessoas podem gravar suas interações e compartilhá-las nas redes sociais com a hashtag #AVozDeMarielle.

“Parte da nossa missão no Instituto é inspirar mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas, e fazemos isso através da defesa da memória e da multiplicação do legado de Marielle. Muitas pessoas conhecem seu nome, mas não sabem o que ela defendia. Conectar sua voz às suas imagens é uma forma de não deixarmos que a luta se esvazie e perca o sentido. Estamos usando a tecnologia para garantir que a memória de mulheres negras estará para sempre protegida e difundida, atravessando gerações”, explica Anielle Franco, diretora executiva do Instituto Marielle Franco e irmã de Marielle.

“Marielle foi morta por causa de seus discursos poderosos. Estamos colocando sua voz em milhares de grafites que estampam seu rosto em todo o mundo. Esta é uma grande oportunidade para lembrarmos de sua força e mantê-la viva. Em um país onde a injustiça social e o preconceito se agrava a cada dia eternizar a voz de.uma mulher negra, LGBTQIA+, favelada que chegou ao parlamento lutando por igualdade é fundamental”, afirma o brasileiro Manir Fadel, diretor de criação da VMLY&R Espanha.

O projeto está sendo lançado uma semana antes da inauguração da estátua de Marielle Franco no centro do Rio de Janeiro, que será apresentada ao público em 27 de julho, dia em que comemoraria seus 43 anos, com o intuito de criar um local especial onde as pessoas possam ouvir sua voz. O Instituto Marielle Franco convidará estudantes de pré vestibular, ativistas, políticos e o público para a inauguração com uma aula pública sobre a memória das mulheres negras.

Para o lançamento do projeto foi produzido um vídeo que será veiculado nas redes sociais e contará com o suporte de influenciadores que convidarão as pessoas a entrarem no aplicativo na web.

Ativistas, grafiteiros e artistas da Rede de Sementes do Instituto Marielle Franco, espalhadas por todo o Brasil também ajudarão a divulgar a campanha com cartazes e grafites com o rosto de Marielle e um QR Code com link para o site.

A Rede de voluntárias do Instituto também foi importante na transcrição dos discursos de Marielle, que estarão disponíveis na íntegra em documentos online para pesquisadoras e pessoas interessadas em conhecer a fundo suas ideias, além do canal de YouTube do Instituto.

Criação de Manir Fadel, Adrian Rios, Leandro Bordoni, Fernando Heredia e Silvia Oton. Design de Fernando Heredia. Tecnologia de Giovani Ferreira, da Vetor Lab, com direção executiva de Alberto Lopes. Áudio da DaHouse, com composição e produção de Lucas Mayer e Rodrigo Lemos, e direção musical de Mayer e Silvinho Erné.