Ação Social

SBT E FALA MULHER CONTRA O SILÊNCIO DA VIOLÊNCIA

Publicado em

Quando uma mulher ouve mentalmente a voz do marido condenando uma roupa que ela gostaria de usar, é hora de parar para pensar e agir.

“Quando uma mulher sofre em silêncio, outra pessoa fala por ela” é o conceito da campanha criada pela agência We e assinada pela parceria entre o SBT do Beme e a Associação Fala Mulher.

“Voz do Silêncio” pretende mostrar que a denúncia é a melhor forma de devolver a narrativa dos fatos para as vítimas e acabar com o ciclo da violência.

O filme principal intitulado “Loja” mostra uma vendedora levando um vestido para uma cliente no provador de roupas. Ao experimentar a peça, a mulher não se sente confortável, mesmo com os elogios da lojista. No momento em que ela se encara no espelho, é revelado o motivo da insegurança. A vítima reproduz, com a voz do marido, a violência psicológica sofrida todos os dias em casa.

Além do filme, nos anúncios e formatos OOH há uma foto de uma mulher com um QR-Code sobre a boca, tapando seus lábios. Ao escanear o código, as pessoas ouvirão a simulação da voz de um agressor praticando alguns dos tipos de violência mais comuns no dia a dia das vítimas.

O projeto também conta com uma ação inovadora durante a programação do SBT, com a criação de um novo formato de mídia na emissora. O aviso de classificação etária é o único espaço da TV onde é possível se comunicar diretamente com o telespectador de deficiência auditiva e surdez.

No Brasil, todo programa de televisão é obrigado por lei a exibir uma vinheta com uma intérprete de Língua Brasileira de Sinais alertando sobre os conteúdos impróprios da programação. Desta vez, ela comunicará mais uma mensagem, que só poderá ser entendida por mulheres com esse tipo de deficiência: “Ei, você… é, você que está me assistindo. Você não está mais sozinha em caso de violência. Faça já sua denúncia em LIBRAS no site falamulher.ong.br”.

O SBT, além de coautor do projeto, ofereceu toda a sua estrutura para a realização do trabalho. Após a intervenção na programação, a emissora disponibilizará todos os materiais para que a iniciativa possa ser implementada e amplificada ainda mais em outros canais da TV aberta e fechada.

“Somamos esforços para desenvolvermos uma campanha inclusiva que traz um filme principal como retrato da triste e difícil realidade de muitas mulheres. Nosso objetivo é ampliar a voz delas, de forma igualitária, quebrando o ciclo da violência e buscando renovar a esperança em reduzirmos o número de casos de violência contra a mulher”, explica Priscila Stoliar, Head de marketing do SBT.

“Nós e a Associação Fala Mulher somos parceiros de longa data. No decorrer desses anos, já são vários projetos realizados no dia a dia da conta e diferentes pontos de conexão criados em prol da causa. Este ano, com o apoio do SBT, conseguimos mais uma vez unir criação e mídia em torno de uma ideia verdadeira, inovadora, potente e relevante”, diz Armando Araújo, VP de Criação da Agência We.

“A união entre a Associação Fala Mulher e o SBT do Bem gerou o projeto ‘Voz do Silêncio’, que dá voz às vítimas de violência. Diante dos alarmantes índices de agressões e das dificuldades em denunciar, a iniciativa se torna essencial. Com a criatividade da We, o projeto inova ao encorajar denúncias e ampliar as vozes das mulheres silenciadas. Ele traz à luz a dura realidade da violência e destaca a importância vital de amplificar as vozes daquelas que enfrentam o silêncio e precisam de apoio especializado para romper o ciclo de violência”, afirma Carla Jara, gerente de Marketing da Associação Fala Mulher.

Os números da violência contra a mulher crescem a cada ano no País. No entanto, a denúncia de tais crimes é inversamente proporcional por diferentes motivos, como o medo, a vergonha, além da falta de informação e acesso aos canais oficiais de apoio.

Segundo dados da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mais de 50% das vítimas são PCD. Entre elas, as mulheres com deficiência auditiva e surdez, que vivem uma situação ainda mais delicada quando o assunto é denunciar os casos de violência. Afinal, elas não conseguem ser plenamente entendidas e os boletins de ocorrência, em sua maioria, são registrados como denúncia de incapaz.