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COMO A GERAÇÃO Z ENCARA O FUTEBOL

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Participantes do Painel “Futebol, Negócios e Geração Z”

Para a Geração Z, jovens nascidos entre 1995 e 2010, o futebol não pode estar desconectado de temas relevantes para a sociedade.

Essa é a principal conclusão do estudo “Futebol e Geração Z: Qual o Match?”, realizado pelo grupo Consumoteca para o grupo SBF.

O resultado foi apresentado nesta quinta-feira (10) na sede da empresa, em evento que reuniu jornalistas, influenciadores e convidados e também contou com o painel Futebol, Negócios e Gen-Z, mediado pela VP de Produtos e MKT do Grupo, Paula Nader.

Participaram ainda do debate, Michel Alcoforado, fundador do Grupo Consumoteca, Gustavo Milo, diretor de marketing da Centauro, Gustavo Viana, diretor de marketing da Fisia, Rubia Pria, Head de marca da Puma, Rafael Grostein, General Manager da NWB e Eduardo Tega, CEO da OneFan.

O encontro foi mais um passo do Grupo SBF, dono da rede Centauro, no objetivo de ser o principal ecossistema esportivo do país. Também uma nova investida para estar cada vez mais conectado às novas demandas da Geração Z.

O estudo revelou que 64% dos entrevistados acreditam que o futebol deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas à homofobia, racismo e machismo, enquanto 63% defendem que os jogadores não deveriam esconder sua essência por questões de preconceito. O engajamento nesse sentido é tão significativo que 27% afirmam que deixariam de torcer para seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalo político. Entre os Millennials (atualmente entre 26 e 40 anos), esse número é de 17% e na geração X (entre 42 e 57 anos), é de 20%.

A Gen-Z também tem um novo jeito de gritar gol no futebol. 76% dos ‘Zs’ ouvidos pela pesquisa torcem para um time e 42% acreditam que o sucesso da seleção brasileira na Copa do Mundo é o motivo do Brasil ser considerado o país do futebol. Contudo, esses jovens pouco vivenciaram a fase mais célebre da Seleção Brasileira e, assim, construíram sua própria forma de expressão e conexão com o futebol, por meio de novas lentes.

Entre os apontamentos, a pesquisa mostra que esses jovens têm mais interesse pelo futebol quando a modalidade endereça questões da sociedade contemporânea, deixando claro que para eles o futebol deve ser para todos. Nesse mesmo sentido, outra informação que chama a atenção é de que a geração Z busca meios para assistir as partidas de forma gratuita, demonstrando que o futebol não é uma necessidade, mas sim uma escolha e, por isso, precisa ser acessível. Dados como esses revelam uma geração menos passional e mais pragmática em relação ao futebol.

Ao mesmo tempo, o estudo deixa claro que a modalidade ganhou mais espaço na vida desses jovens: 56% da geração Z acredita que uma partida de futebol vai além de ser “apenas um jogo”. O futebol é visto e consumido como conteúdo e entretenimento, muito além do esporte em si, o que amplifica as possibilidades de interação nos diversos pontos de contato do mundo digital. Isso se traduz na seguinte conclusão: os Gen-Z estão em busca de uma nova jornada de experiência com o futebol.

A relevância de pautas sociais como aspecto de conexão da modalidade com a Gen-Z é também comprovada quando o tema é futebol feminino, que vem ganhando cada vez mais força e visibilidade. Com um olhar mais voltado para a equidade de gênero, 72% dos entrevistados dizem que ver mulheres em campo, em um ambiente ainda retratado como masculino, tem um grande significado de luta política e representatividade.

Nesse contexto, 32% dos entrevistados torcem para algum time feminino, 48% são neutros na hora de escolher o melhor time, masculino ou feminino, em termos de técnica e 55% veem a Seleção Brasileira Feminina ainda subestimada em relação à masculina.

Para os Z’s, futebol deve ser para todos, da prática ao consumo. Ou seja, deve ser acessível. Nascidos com a tecnologia já como uma realidade, dados apontam que 51% dos entrevistados buscam assistir aos jogos online de forma gratuita e que 59% raramente assistem às partidas em streamings pagos. Somado a isso, 62% afirmam que raramente vão aos estádios (contra 29% dos Milennials e 44% da Gen-X), sendo que 32% não frequenta devido ao valor dos ingressos.

O fato da geração Z ter nascido em um mundo digitalizado também reflete as novas formas de conexão. Para essa parcela da população, o esporte vai muito além do campo e é acompanhado em multitelas. A geração Z não assiste conteúdos sem, ao mesmo tempo, comentar, interagir e se informar de detalhes em outras plataformas: 73% acompanham as partidas interagindo no WhatsApp. No pós-jogo, 54% acompanha a resenha nos perfis de jogadores e 48% gosta de ver conteúdos de humor em perfis sobre futebol, além de 38% buscar mais sobre os bastidores extracampo nas redes sociais dos atletas.

“Com o estudo, entendemos que o comportamento da Gen Z carrega um sentimento de menos ‘preciso’ do futebol e mais ‘escolho’ o futebol. Uma mudança significativa em relação às gerações anteriores, mas repleta de oportunidades de novas conexões, uma vez que estamos falando de uma relação mais aberta e mais contínua, com múltiplas perspectivas e possibilidades de consumo”, afirma Paula Nader, VP de produtos e marketing do Grupo SBF.

A Centauro é patrocinadora e parceira de mídia do Paulistão Feminino, num acordo inicial até 2024. A rede de artigos esportivos também lançou recentemente a plataforma “Escondidas Nunca Mais”, que inclui ações para valorizar e dar mais visibilidade à modalidade, além da variedade de vestuário e calçados que atendem diversos públicos.

A pesquisa quantitativa “Futebol e Geração Z: Qual o Match?’”, entrevistou, no período entre 12 e 18 de agosto, 1.500 pessoas acima de 16 anos, por meio de plataforma on-line, sendo 67% da geração Z, 17% de Millenials e 17% da geração X. A pesquisa teve participação de homens e mulheres das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil.