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BRASILEIRO VENCE WORLD PRESS PHOTO

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Índios Pirahã, na beira da Transamazônica, por comida

O brasileiro Lalo de Almeida foi um dos quatro ganhadores da edição 2022 do prêmio World Press Photo Contest, o principal concurso de fotografia jornalística do mundo.

O drama dos indígenas da Amazônia, um conjunto de fotos retratando a destruição da floresta e as consequências para as pessoas que nela vivem foi eleito o melhor na categoria Projetos de Longo Prazo.

Pela quinta vez em 67 anos, uma mulher levou o prêmio “Foto do Ano”. A imagem capturada pela canadense Amber Bracken, de cruzes com vestidos pendurados, é um tributo à morte de crianças indígenas, muitas enterradas de forma anônima, em internatos de “assimilação cultural’ naquele país.

Lalo de Almeida estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, Itália. Lá começou a trabalhar como fotojornalista para pequenas agências, cobrindo notícias diárias. Ao retornar ao Brasil,  trabalhou no jornal “O Estado de S.Paulo”, revista “Veja” e “Folha de S.Paulo” por 23 anos, enquanto produzia outros projetos documentais, incluindo O Homem e a Terra, sobre as populações tradicionais brasileiras e sua relação com o meio ambiente.

A partir de 2010, o profissional começou a produzir documentários em vídeo curtos e narrativas multimídia criando uma série de projetos premiados internacionalmente, incluindo Um Mundo de Muros, A Batalha de Belo Monte e A Crise Climática, entre outros.

Em 2012 ele ganhou o XII Prêmio Marc Ferrez da Fundação Nacional de Artes para produzir um projeto sobre os impactos sociais da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Brasil.

Seu ensaio sobre vítimas do zika vírus foi premiado no World Press Photo Content de 2017 e o vídeo produzido ganhou o primeiro prêmio na POY Latam. Desde 2020, ele é representado pela Panos Pictures.

Em 2021, de Almeida recebeu o Eugene Smith Fund Grant por seu projeto Destopia Amazônica e foi premiado como o fotógrafo ibero-americano do ano pela POY Latam.

Foto do Ano, da canadense Amber Bracken

A premiação foi instituída em 1955, quando um grupo de fotógrafos holandeses organizou o concurso internacional para expor seu trabalho a um público global.

Os jurados da edição 2022 da premiação escolheram os quatro vencedores globais entre quase 65 mil trabalhos inscritos por mais de quatro mil profissionais de 130 países.

Além de Almeida e Bracken, o trabalho do australiano Matthew Abott (imagem em destaque na home do Blog)  sobre o uso de queimadas controladas para controlar o meio ambiente foi o melhor na categoria Reportagem Fotográfica.

E o da equatoriana Isadora Romero sobre a conservação de sementes ancestrais venceu em Formato Aberto.