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TALK SHOW CELEBRA MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA

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Em novo formato, direto do Teatro Raul Cortez, em São Paulo e com transmissão pelo Youtube da Promoview, a segunda temporada do talk show “Fala Célio”, comandado por Célio Ashcar Jr, executivo do Marketing Promocional, recebeu na última edição Rachel Maia e Tais Araújo.

No encerramento do mês da Consciência Negra, Rachel Maia falou sobre a infância, a perseverança no início da carreira e a importância em terem mulheres pretas em cargos de liderança.

Rachel foi eleita uma das 40 mulheres mais poderosas do Brasil e conquistou recentemente o prêmio Personalidade do Ano, concedido pela Exame Melhores e Maiores.

A executiva discorreu sobre diversidade e inclusão baseada em 30 anos de atuação no mercado corporativo, com atuação em empresas como Seven Eleven, Novartis, Tiffany, Pandora e Lacoste Brasil.

Ela também respondeu pergunta da amiga e atriz Tais Araújo sobre como articula em uma reunião ou grande empresa em que apenas ela representa a diversidade.
“A minha jornada me deu segurança. Este momento em que eu vivo, em ser conselheira de cinco grandes conselhos, muitas vezes eu não espero que me perguntem sobre diversidade. Usei como estratégia de fazer parte dos comitês de quase todos os conselhos que participo, a responsabilidade de cobrar metas. E quando não se pergunta, eu falo. Existe este contexto, onde os conselheiros sabem que temos que lidar com essa pauta. Hoje eu surfo neste momento onde a diversidade se faz necessária de ser parte da pauta do conselho. As pessoas ainda não entendem bem sobre diversidade, porque não fazia parte da agenda, não fazia parte do nosso dia a dia. Diversidade, representatividade, o significado de pluralidade. Para que isso possa acontecer, tenho que usar a ferramenta da equidade”, disse.

Primeira mulher negra no Brasil a ocupar a cadeira número 1 numa empresa, com muita humildade, Rachel relembrou momentos de constrangimento de quando era presidente de uma grande companhia.

“Ser presidente de uma relojoaria americana aqui, representa o máximo do luxo, as pessoas chegavam na festa e perguntavam cadê a presidente? mesmo eu estando lá. Passei por isso algumas vezes. Então, existe uma necessidade de descontruir para que a gente possa aceitar essa pluralidade”, explicou.

Rachel também relembrou de momentos constrangedores. “Aquelas brincadeirinhas bestas, de pessoas do meu próprio time. Teve uma vez que eu comprei um carro, um gol, preto; foi o meu primeiro carro, que eu pude comprar com o meu salário, toda orgulhosa e eu cheguei compartilhando a novidade. Eu sempre fui faladeira, sempre fui uma pessoa expansiva. Ai uma das minhas funcionárias falou: ‘ué, Rachel! você preta, comprou um carro preto? Ninguém vai ver nada!’ e deu risadas. Eu não fazia carinha de achar engraçadinho para fazer parte do ciclo ou do clubinho. Eu falava na hora de que não havia gostado e questionava se tinha sido uma piada”,  lembrou.