Ação Social

NÚMERO DO RESPEITO GANHA O MUNDO

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Movimento parceiro entre Brahma, Africa e Esporte Clube Bahia tem repercussão internacional 

Para Kobe Bryant, lenda do basquete norte-americano, adotar o número 24, na temporada 2007/2008, foi um crescimento em sua carreira de 20 anos no Los Angeles Lakers. Na seleção norte-americana ele era é o 10, talvez uma referência a Pelé, com a qual conquistou dois Ouros olímpicos em 2008  e 2012, nos jogos de Pequim e Londres.

No Brasil, até há pouco, o 24 ainda era o número maldito com o qual nenhum jogador de qualquer esporte gostava de atuar. Pejorativamente se identificava com o Veado, do Jogo do Bicho, e era relacionado à homossexualidade.

E enquanto o mundo reverenciava o 24 de Kobe, morto no último 26 de janeiro, timidamente o Brasil prestava sua homenagem sem destacar o famoso número de sua camisa. Também timidamente algumas personalidades, como Neymar, se aventuraram a homenagear o número.

Até que surgiu o #NúmeroDoRespeito”, criado pela agência Africa para a Brahma. Além de reforçar a presença de sua fabricante, Ambev, no apoio ao esporte, a marca de cerveja, especificamente, patrocina grandes times brasileiros de futebol.

E o que era uma homenagem a Bryant se transformou imediatamente num movimento contra a homofobia e o preconceito. Mais machista de todos as modalidades esportistas, o futebol sempre apresentou a maior resistência ao número do “Veado”.

Sergio Gordilho, co-presidente e diretor de Criação da Africa, junto com o cliente, invocou suas raízes e acionou o EC Bahia, que imediatamente concordou em participar da ação. O jogador Flavio, então número 5, também considerou um crescimento, como Kobe, e adotou o número 24 para participar dessa luta pela igualdade e inclusão. Ele entrou em campo no dia 28 de janeiro com a camisa do respeito.

Divulgado pelo principal locutor esportivo do país, Galvão Bueno, no seu tradiconal programa semanal “Bem Amigos”, o movimento começou a se espalhar com a adesão de times como Botafogo, Flamengo, Santos, Corinthians, Vasco e Fluminense.

A campanha foi lançada na tarde de terça, com um post nas redes sociais do Bahia (Twitter, Instagram e Facebook). O clube divulgou um vídeo com o número 24 sendo impresso na camisa de Flávio, com a hashtag #NúmeroDoRespeito.

A repercussão foi tão grande que a busca pelo termo “Camisa 24” na internet foi a maior registrada nos últimos cinco anos. O Bahia ficou nos trending topics do Twitter, somando 15,7 mil conversas na plataforma, oitava posição no TT’s do Brasil.

A agência Reuters publicou que “a morte prematura de Kobe Bryant levou a uma campanha contra a homofobia no futebol brasileiro. Bryant usava a camisa 24 do time de basquete do Los Angeles Lakers e sua morte em um acidente de helicóptero acelerou o debate sobre um número de camisa que muitas vezes é evitado pelos jogadores brasileiros por causa de preconceito anti-gay.

Texto do francês L’Equipe diz que a iniciativa do Bahia, com apoio de jornalistas esportivos resultou na campanha “Pede a 24”, imediatamente com adesão de jogadores de destaque de grandes times afirmando que iriam atuar com o número.

O assunto também virou tema de matérias em jornais da Espanha, China e no site oficial da FIFA, lembrando a atitude, desta vez, digna de elogios, de Neymar Júnior.