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NÚMERO DO RESPEITO VIRA MODA NO FUTEBOL

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Gafe do diretor do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, despertou a atenção do brasileiro para um tabu no futebol. Exceto na Copa Libertadores, onde a Conmebol obriga os clubes a inscreverem 30 jogadores com numeração sequencial, nos outros torneios disputados, a camisa de número 24 sempre foi rejeitada.

No país, apenas o Grêmio de Porto Alegre mantinha um jogador inscrito com a numeração, o terceiro goleiro Brenno. Agora, o próprio Corinthians voltou atrás e apresentou o colombiano Victor Cantillo com o número, mesmo que utilizava em seu ex-clube, o Junior Barranquila.

Da mesma forma, Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Flamengo, também anunciou que vai utilizar o 24, como protesto pelo preconceito que a rejeição carrega. Mas quem saiu na frente, mesmo, foi o Bahia, em parceria com a Brahma, que lançou a ação #NúmeroDoRespeito, criada pela agência Africa.

Botafogo, Fluminense e Santos também aderiram ao movimento, que combate a discriminação sexual no esporte. Definido como número do Veado, animal representado pelo grupo 24 no Jogo do Bicho, o número há pelo menos um século e meio relacionado à homossexualidade no ambiente machista do futebol.

Depois do diretor corintiano fazer piada e voltar atrás, na última terça-feira (28), o volante Flávio, do Bahia, entrou em campo vestindo a camisa 24, iniciando a popularização sem preconceito e por respeito ao número.

Para tornar o movimento liderado pelo Bahia ainda maior, a Cervejaria Brahma, parceira de longa data do futebol brasileiro, convida mais clubes a também vestirem o #NúmeroDoRespeito.

“Decidimos lançar o movimento até porque o mundo reverenciava Kobe Briant, que jogava com esse número, menos o Brasil. Aproveitamos a homenagem para propor o fim do preconceito junto com a Brahma, que patrocina grandes clubes brasileiros, e o Bahia foi o primeiro a aderir”, explica Sergio Gordilho, sócio e CCO da Africa.

“O preconceito em torno do número 24 é uma grande bobagem que já passou da hora de ser ultrapassada. Precisamos desmistificar isso e aproveitar para debater a intolerância no futebol”, destacou o meio-campista Flávio.

“Essa é uma campanha a favor do respeito a todos e todas que queiram viver o futebol sem barreiras. Brahma é parceira do futebol brasileiro e de grandes clubes do país e se associa ao Bahia nessa luta para que todos clubes também vejam neste movimento um passo definitivo para acabar com o tabu em torno do número 24”, diz Gustavo Castro, diretor de Marketing de Brahma.

“O futebol é um canal que pode servir para acentuar o que há de pior na nossa sociedade, como o racismo, as agressões, a violência e a intolerância, mas também pode servir de uma forma diferente, para espalhar cultura, afeto, sensibilidade, melhoria das relações humanas. Por isso é importante ter um parceiro tão identificado com o futebol, como Brahma, para ampliar essa mensagem. Achamos que os clubes têm de escolher se serão canais de amor ou ódio. Escolhemos o amor”, afirma Guilherme Bellintani, presidente do Bahia.