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ANUNCIANTES NÃO CUMPREM ACORDO

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Nova reunião entre produtoras e agências tenta regularizar pagamentos

Enquanto na Inglaterra os anunciantes adiantam 60% dos custos de produção para a realização de filmes publicitários, índice que nos Estados Unidos corresponde a 50%, no Brasil as empresas decidiram, unilateralmente, saldar seus compromissos com fornecedores em prazos que chegam a insuportáveis 120 dias. Além de prejudicial às produtoras que têm custo inicial alto para suas filmagens, a prática adotada especialmente por multinacionais que atuam aqui no país, é totalmente contrária a acordo firmado em novembro de 2011 durante o III Fórum de Produção Publicitária. Curioso é que em alguns casos essas empresas abrem mão de suas regras, por exemplo no pagamento adiantado de cachês de personalidades, sob o risco de não conseguirem gravar seus filmes por ausência de garotos-propaganda. Em razão desse quadro, a Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais promoveu nova reunião com representantes das agências, visando solucionar o problema. A APRO foi representada por Carlos Righi, da Damasco Filmes, Eduardo Tibiriçá, da Bossa Nova, Francesco Civita, da Pródigo, Naná Bittencourt, em nome do Fórum, Paulo Dantas da Movieart, e Paulo Schmidt, da Academia de Filmes e atual presidente da entidade. Pela ABAP estiveram presentes Antonio Dudli, da Talent Marcel, Dulce Piratininga, da Adag, Eduardo Leite e Marcelo Hack, da W/McCann, Joana Andrade, da Publicis, José Luis Silva, da Lew Lara/ TBWA, Leonardo Iatauro, da Havas, Monica Matos, da Neogama, o advogado Paulo Gomes. Sem condições de bancar antecipadamente os custos de produção, as produtoras apelaram mais uma vez às agências, suas parceiras comerciais, que intercedam junto aos seus clientes, no sentido de que cumpram o estabelecido em acordo há 5 anos. Segundo estabelecido entre as partes no III Fórum, os anunciantes devem realizar pagamento antecipado de 50% do valor da produção e a outra metade 15 dias após a primeira diária de filmagem. Foi debatido ainda nessa reunião o fato de que ao impor suas exigências, os anunciantes ainda promovem concorrências somente entre as produtoras que atendam aos requisitos por eles estabelecidos. A APRO esclareceu ainda que as etapas de pré, produção e pós, contabilizados os custos de mão de obra, representam em média 60% do valor total do seu trabalho.