Polêmica

BORGHI LOWE DEFENDE-SE EM COMUNICADO

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Hoffmann: alvo da Lava Jato

Até hoje, uma citação do ex-deputado André Vargas na revista “Veja” sobre favorecimento da Heads Propaganda à senadora Gleisi Hoffmann, prontamente rebatida por Claudio Loureiro, presidente da agência, tinha sido a única menção ao mercado publicitário em relação à Operação Lava Jato, deflagrada há um ano pela Polícia Federal. Nesta sexta-feira (10), entretanto, a prisão do ex-VP e diretor geral da BorghiLowe Brasília, coloca a propaganda na mira do juiz Sergio Moro na 11ª fase do processo que começou investigando desvio de recursos da Petrobras. Hoffmann, que não tem parentesco com a senadora paranaense, teve mandado de prisão executado junto com os ex-deputados federais André Vargas (sem partido e ex-PT), Luiz Argôlo (Solidariedade-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), além de outras três pessoas ligadas a eles. Citada no despacho de Moro, a BorghiLowe é suspeita de ter pago propina aos irmãos Vargas através de irregularidades em contratos de publicidade com seus clientes Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde. O juiz também determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário da agência entre janeiro de 2009 e março de 2015. Informando que Ricardo Hoffmann deixou a agência no final do ano passado, a Borghi Lowe emitiu o seguinte comunicado oficial: “Hoje, um juiz federal emitiu uma ordem judicial para coletar informações nos escritórios da BorghiLowe em conexão com a investigação conhecida como operação Lava Jato. Entendemos que as autoridades estão buscando informações quanto a um ex-funcionário. A empresa cooperou ativamente atendendo a ordem judicial e continuará a fazê-lo”.​ É a primeira vez que a ação da PF estende suas investigações além da Petrobras, envolvendo agora a Caixa e o Ministério da Saúde. Segundo o despacho do juiz, a agência teria orientado os fornecedores E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume da ordem de 10% nas contas das empresas Limiar e LSI, controladas por André Vargas e seus irmãos. Em março último, a BorghiLowe anunciou a promoção de André Gomes a VP da agência para os escritórios de Brasília e Rio de Janeiro. Em seu Blog, o jornalista paranaense Fábio Campana publicou nesta sexta-feira (10) artigo com o título “A incrível ascensão de Ricardo Hoffmann à sombra do PT”. Informa que o gaúcho Hoffmann começou a atuar na propaganda paranaense através da agência Exclam e, junto a Roberto Requião do PMDB, atuou em suas campanhas eleitorais de 2002 e 2006. Segundo o jornalista, Hoffmann teria depois se ligado a Gleisi Hoffmann, seu marido Paulo Bernardo e ao ex-deputado André Vargas, todos do PT.