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VENDA PREMIA TRAJETÓRIA DE GAMA

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Gama: venda e cargo de cco mundial

“As vendas de agências no Brasil geralmente apontam para a retirada programada de sócios do negócio. As pessoas vendem para sair. No nosso caso é diferente. A venda acontece no auge de um ciclo de vida da Neogama. Nós vendemos para ficar. E crescer”, diz Alexandre Gama. Na manhã desta quinta-feira (5) ele oficializou a venda de 100% das ações de sua agência e da sócia rede BBH para o grupo Publicis, que já tinha participação nas empresas. E, além de continuar no comando da operação com os sócios Roberto Mesquita e Geraldo Rocha Azevedo, ele ainda torna-se cco global da BBH, indicado pelo próprio John Hegarty, que se retira do negócio. Essa nomeação é inédita, assim como a definição da agência de São Paulo como QG mundial da rede. E o que ele espera de ajuda do grupo Publicis? “Nada além da parceria. Continuaremos como uma operação independente e concorrente das outras agências do grupo, como a própria Publicis Brasil e as recém adquiridas Talent e DPZ”, explica. Como diz Gama, ao contrário do que se especulou nas últimas semanas, a Neogama BBH vai muito bem. Conforme o Ibope Monitor, a agência fechou 2011 na 9ª posição do ranking, com faturamento de R$ 1,8 bilhão, e subiu um posto no relatório referente ao primeiro bimestre deste ano. Especulações sobre a venda da Neogama BBH para o grupo Publicis, que circularam nos últimos meses, envolveram a conquista de um projeto do Bradesco pela WMcCann e uma avaliação de agências realizada pela Renault, dois de seus principais clientes.”Junto com TIM, nossa maior conta, continuamos tendo um ótimo relacionamento com Bradesco e Renault. Aliás, a montadora foi a que mais cresceu em share no ano passado e a evolução do Bradesco dispensa maiores detalhamentos”, afirma. Dono de 23 Leões em Cannes, o redator de origem Alexandre Gama surgiu no cenário publicitário brasileiro fazendo dupla com Marcello Serpa na DM9 no início dos anos 90, com quem se associou depois para inaugurar a Almap BBDO pelas mãos de Alex Periscinoto. Antes havia passado pela Standard (atual Ogilvy) e depois de deixar a Almap se tornou ceo da Young & Rubicam. Fundou a Neogama em junho de 1999 e três anos depois se associou à BBH. Planos para o futuro? “O mercado pode ter certeza de que vamos dar muito trabalho. Temos categorias em aberto que se tornam foco para serem preenchidas, como Varejo, Alimentos e Cerveja, por exemplo”, conclui.