Categoria: Concorrência

A desistência de três das oito agências convidadas para o processo que elegerá a parceira para operar a PA Propaganda motivou comunicado oficial do grupo Pão de Açúcar. Afirmando não se tratar de uma venda, o grupo ratifica sua busca por um modelo que mantenha talentos e expertise de Varejo da house agency. E é aí que a conta não fecha. Com um custo anual de R$ 36 milhões e 220 profissionais, a PA Propaganda vai render à associada um BV capaz apenas de proporcionar um empate financeiro. Uma conta simples que as agências convidadas estão fazendo. Classificada na 12ª posição no ranking de compra de mídia de 2012 com R$ 903,8 milhões, a PA, beneficiada por descontos de tabela dos veículos, deve ter investido na realidade cerca de R$ 350 milhões no ano passado. Calculando-se 10% de bonificação de volume, o retorno de R$ 35 milhões simplesmente equipararia gastos e receitas. Muito pouco para agências que pretendem um pouco mais do que apenas ganhar algumas posições na lista do Ibope Monitor ou aumentar seu capital de giro. Fica claro, portanto, que as apresentações de propostas na segunda quinzena deste setembro se tornarão na verdade uma reunião de CFO’s. Pra fazer a felicidade empresarial, a conta tem que fechar com algum lucro.  O grupo Pão de Açúcar, que está feliz com o desempenho e resultado publicitário da PA, não aceitará propostas com soluções simplistas de corte de custos. Isso, em sua visão, vai diminuir a qualidade da entrega. Com toda a razão. No máximo vai avaliar racionalização de trabalho e sobreposição de cargos e departamentos. Por essas e outras razões, Almap BBDO, WMcCann e Neogama BBH deixaram a concorrência. Continuam interessadas em viabilizar o negócio, a Africa (grupo ABC), Young & Rubicam, Lew,Lara\TBWA, Publicis e Havas Brasil. E embora não se trate de compra e venda, como garante o grupo, vai levar quem conseguir realizar a melhor matemática financeira.

A Almap BBDO enviou comunicado à diretoria do grupo Pão de Açúcar abrindo mão de participar do processo de seleção de agência parceira para assumir o controle da house PA Publicidade. Apesar de agradecer o convite, a decisão vai de encontro à filosofia da Almap de não participar exatamente de concorrências. Conforme já declarado várias vezes por Marcello Serpa e José Luiz Madeira, a agência aceita fazer apresentações às empresas mas recusa-se a competir com campanhas e propostas financeiras. a WMc Cann também teria desistido do processo. Dessa forma, continuam na disputa pela conta publicitária de R$ 300 milhões das marcas Pão de Açúcar, Extra e Assai, Casino, Taeq, Qualitá e Club des Sommeliers, as outras seis agências selecionadas para apresentações entre os dias 15 e 20 deste mês. São elas: Africa,  Lew,Lara\TBWA, Publicis, Y&R, Neogama BBH e Havas.

A conta publicitária da Alphaville Urbanismo, que estava na QG, do grupo Publicis, foi conquistada pela Fischer & Friends. Além da própria QG, o processo de concorrência contou também com a Lowe. A Alphaville é  a maior urbanizadora do país e líder nacional em empreendimentos horizontais e bairros planejados. A agência foi escolhida para cuidar da estratégia de branding e fortalecimento da marca. “Fizemos uma concorrência em que avaliamos não uma campanha, mas os conceitos, valores e cultura das agências. Escolhemos a Fischer por diversas similaridades com os nossos valores. A agência tem uma cultura de varejo muito forte e ao mesmo tempo um cuidado grande com a estética e a elegância”, justifica Fábio Vale, diretor comercial e de Novos Negócios da empresa. “Aphaville sempre foi referência no seu ramo de atuação, mas à medida que conhecemos mais a empresa, ficamos cada dia mais impressionados com o seu profissionalismo e compromisso na hora de desenvolver novos produtos e atender os clientes”, comemora Rodrigo Almeida, vice-presidente de Criação da Fischer. Com 40 anos de atuação, a Alphaville leva a todo o Brasil uma proposta exclusiva de planejamento urbano através do desenvolvimento de empreendimentos horizontais que conciliam preservação ambiental, infraestrutura altamente qualificada e o comprometimento com a sociedade. A empresa possui 90 empreendimentos já lançados em 21 estados do Brasil e Distrito Federal, que representam mais de 60 milhões de metros quadrados urbanizados.

Embora todo o mercado tenha certeza de que o processo de escolha de agência para gerenciar a house agency PA Propaganda será decidido pela melhor proposta financeira, as finalistas trabalham sobre um briefing. Na semana passada as oito selecionadas estiveram na sede do grupo Pão de Açúcar onde receberam informações sobre as marcas e seus objetivos. Entre 15 e 20 de setembro vão apresentar suas ideias para a comunicação do grupo. Isso inclui, claro, uma negociação sobre a verba de aproximadamente R$ 300 milhões investida em marketing e o retorno de quase R$ 50 milhões em BV. Um ponto é claro nessa concorrência. O grupo Casino, sócio majoritário do Pão de Açúcar, vai se livrar de um custo fixo mensal de R$ 3 milhões, ou R$ 36 milhões por ano. Esse dinheiro paga a infraestrutura da house e uma equipe de 220 profissionais que criam e desenvolvem estratégias publicitárias para as redes de supermercados Pão de Açúcar, Extra e Assai e as marcas de produtos Casino, Taeq, Qualitá e Club des Sommeliers. Participam da rodada final a Young & Rubicam, que já atende o Casino através da Via Varejo e suas redes Casas Bahia e Ponto Frio, a Africa, Almap BBDO, Lew,Lara \ TBWA, Publicis, Neogama BBH, Havas e WMcCann, que começou se interessando pelo processo similar na Via Varejo e acabou como finalista da PA. Ogilvy, por administrar a Etco, ex-house agency do Magazine Luiza, e JWT por atender Pernambucanas, foram descartadas na primeira fase do processo, assim como a NBS. O processo que também avalia uma nova agência para Casas Bahia e Ponto Frio ainda se desenvolve em etapa inicial. Young & Rubicam que opera a agência exclusiva Via Varejo em São Caetano do Sul também participa.

No final de processo de seleção de agências digitais, a Natura definiu a Pereira & O’Dell e a Salve como suas novas fornecedoras de serviços de comunicação online. Além da ID, que continua responsável pela Mídia, outras cinco agências participaram da concorrência. Cada uma das duas vencedoras recebeu o press release da empresa com uma rosa, de Fábio Boucinhas, diretor de Meios Digitais, comunicando a decisão. A Natura é a maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene pessoal. O processo de concorrência durou quatro meses e teve oito participantes. Para Michel Lent, managing director da Pereira&O’Dell no Brasil, essa conquista consolida a fase de estruturação da operação nacional da agência. Em 10 meses de operação, a Pereira&O´Dell conquistou grandes clientes, formou um quadro de 20 colaboradores e inaugurou nova sede em São Paulo. “Natura é uma das contas mais desejadas no país, não só por causa de sua participação de mercado e posicionamento da marca, mas principalmente por causa de seus valores, os quais refletem em seus produtos e também na forma como eles se relacionam com as pessoas. Foi a primeira vez na minha carreira que um cliente deu a notícia que nós ganhamos uma conta, em pessoa, com uma rosa e uma carta de boas-vindas ” conta Lent. Já Carlos Pitchu, ceo da Salve, afirma que ser escolhido pela Natura demonstra a capacidade estratégica e criativa da agência. “Somos uma empresa brasileira e competimos em igualdade de condições com qualquer multinacional, assim como a Natura”. Segundo Carlos, há cinco anos, a Salve foi criada sobre uma plataforma de comunicação responsável. “Por isso estamos alinhados culturalmente, por seus valores, por sua profundidade, por suas verdades. A rosa branca nos comoveu e nos fez acreditar que estamos realmente no caminho certo, prontos para crescer com a Natura dentro e fora do Brasil”. “Estamos muito felizes por reafirmar nossa parceria estratégica com a Natura. Num mercado tão volátil como o atual, sustentar uma relação de 7 anos é um privilégio. Temos convicção que a integração e o esforço conjunto que já havia com outras agências serão mantidos e ampliados com a chegada da Salve e P&O”, declara Igor Puga, sócio e diretor executivo da ID\.

Quinze dias depois de anunciar a liquidação da P.A. Comunicação, house agency do conglomerado Pão de Açúcar, o grupo francês Casino iniciou nesta quarta-feira (14) um novo e milionário processo publicitário. Desta vez vai promover uma concorrência de agências para as contas da Via Varejo, holding que controla as marcas Casas Bahia e Ponto Frio. As verbas dessas duas redes de lojas, hoje concentradas na Young & Rubicam São Caetano, valem cerca de R$ 2 bilhões em compra de mídia. Via Varejo é resultado de fusão entre essas marcas a partir da compra da Globex pelo grupo Pão de Açúcar em 2009. Todo esse conjunto tem como acionista majoritário o Casino, que havia comprado o Pão de Açúcar em 2006. Maior anunciante do Brasil, com investimento publicitário superior a R$ 1,5 bilhão, Casas Bahia mantém sua verba nas empresas de Roberto Justus, presidente do grupo Newcomm, sócio do multinacional WPP na operação brasileira da Young & Rubicam. Justus conquistou a conta da rede então comandada por Michel Klein em 2001 através da sua primeira agência, a Newcomm Bates. Durante todo esse período, apesar da família Klein periodicamente anunciar revisões publicitárias e conversar com outras agências, nunca houve abertura oficial de concorrência, como ocorre agora com a Via Varejo. Essa conta tem garantido à Young & Rubicam  a liderança do ranking brasileiro de publicidade elaborado pelo Ibope nos últimos 12 anos.  Esses dois processos promovidos pelo Casino no Brasil representam uma verba de R$ 2,5 bilhões. Com compra de mídia avaliada em cerca de R$ 300 milhões, considerando-se os descontos da tabela cheia dos veículos de comunicação, a P.A. proporciona ao Pão de Açúcar a 12ª classificação no ranking brasileiro de anunciantes. Oficialmente em busca de uma parceria estratégica, o grupo deve efetivamente entregar sua house para a administração da agência que lhe oferecer o melhor retorno em bonificação de volume. Segundo informações de mercado, o Casino quer se livrar de um custo  anual de R$ 36 milhões, representado pelo pagamento de salários e estrutura operacional da P.A., uma empresa com mais de 200 funcionários. Dez agências receberam e-mail do grupo anunciando sua inclusão no processo de concorrência. O Pão de Açúcar deve eleger cinco delas como finalistas. No caso da Via Varejo, o quadro deve se repetir. Obviamente a Young & Rubicam vai participar das duas concorrências.

Vencedora de processo de concorrência, a F.biz, do grupo WPP, conquistou a conta de comunicação digital da vodca Absolut. O cliente vinha sendo atendido pela Possible e a fase final do processo incluiu a Cubocc. A marca adquiriu prestígio mundial através de campanha publicitária criada pela TBWA desde 1980. O produto surgiu na Suécia em 1879 desenvolvido por Lars Olsson Smith na pequena cidade de Ahus e revolucionou o mercado através de processo de destilação contínua. Em 2005 a Absolut passou a integrar o portfólio de bebidas da francesa Pernod Ricard, que adquiriu a marca da empresa sueca Vin & Spirits. O trabalho da F.biz vai abranger todos os canais digitais com foco na criatividade.  “ABSOLUT traz a criatividade em sua essência desde sua criação, quando o visionário Smith criou o processo de destilação e a primeira garrafa transparente de vodca. A F.biz ganhou a concorrência quando mostrou sua capacidade criativa e de interação totalmente alinhadas com as plataformas da marca”, explica Rafael Souza, gerente do grupo de bebidas Premium da Pernod Ricard Brasil. “A conquista de Absolut para F.biz é vista como uma mistura bem dosada entre prazer e desafio. É uma marca que permite extrapolar ao máximo todas as potencialidades criativas das pessoas envolvidas no dia a dia dessa conta. Absolut não é trabalho, é paixão”, comemora Bruno Costa, diretor Executivo de Criação da F.biz.

Vencedora de concorrência promovida pela D.E. Master Blenders 1753, a JWT conquistou as contas publicitárias das marcas de café Pilão, do Ponto, Caboclo, Damasco, Palheta e Moka, além de Senseo, sistema monodose de café torrado e moído em sachês, que estavam sendo atendidas pela Talent. Africa e F/Nazca também participaram do processo. “Café faz parte da cultura do País e ter marcas que são referência na categoria é um privilégio para o portfólio da agência”, comemora Ezra Geld, diretor geral da JWT. Ricardo Souza, diretor de Marketing da D.E. Master Blenders 1753, acredita que a parceria vai resultar em grandes trabalhos de comunicação para as marcas. Multinacional holandesa, a empresa está no Brasil desde 1998 e lidera o mercado de café torrado e moído com 21,5% de participação. Neste ano, a JWT ganhou também as contas de Tramontina, Avon, Live Tim e Raia Drogasil.

A abertura de envelopes das propostas técnicas na tarde desta sexta-feira (19) indicam a Lew,Lara\TBWA, Fischer & Friends e Duda Propaganda como vencedoras da concorrência da verba publicitária de R$ 120 milhões da Sabesp. Pela ordem a Lew,Lara atingiu 95,83 pontos, a Fischer em segundo ficou com 91,0 e a Duda com 90,82. A conta é atendida atualmente pela Nova/SB e a própria Lew,Lara que mantém sua posição na estatal. Essa é a maior verba de publicidade do governo de Geraldo Alckmin. O processo foi marcado por polêmica, já que havia indícios de que o Palácio dos Bandeirantes assumira o controle da concorrência e o poder de julgamento, desmentido por comunicado enviado à coluna Radar, de Lauro Jardim, da revista “Veja”. O texto reafirmou que a Sabesp gere seus próprios processos licitatórios e ainda corrigiu o valor da conta anual, que seria de R$ 87 milhões.

A concorrência da conta de R$ 90 milhões da Embratur chegou ao fim com a vitória da Age Isobar, Dentsu e Artplan. Esta última já atendia o órgão desde 2008 em conjunto com a Giacometti. A Neogama BBH ficou em quarto lugar mas pode ser beneficiada e ganhar parte da conta, já que Dentsu, dona do Aegis Group, pertence ao mesmo conglomerado que a Age Isobar.  Com isso, uma das duas deverá abrir mão, conforme regras da licitação de contas públicas. Embora a preferência era por agências pertencentes a grupos multinacionais, já que a Embratur visa promover eventos no exterior, a Artplan foi mantida no processo. O motivo seria um acordo operacional que a agência mantém com uma empresa de mídia ligada ao grupo inglês Lowe e que já vem funcionando nos últimos anos. Por essa mesma razão atribui-se a desistência da Borghi Lowe de competir pela conta, ocorrida pouco antes da entrega de propostas.