Entrevista

STREETWISE PROMETE CHACOALHAR O OOH

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Sergio Mugnaini

Diretor de arte de formação, Sergio Mugnaini iniciou sua carreira na extinta Futura Propaganda. Passou pela Ogilvy Interactive, Wunderman e DM9 até assumir como Digital Creative Director na Almap BBDO em 2004. Também atuou na Loducca, DPZ, Sunset DDEB e Ogilvy, já como CCO.

Nesta entrevista, agora como CCO da StreetWise, ele fala de sua experiência em agências brasileiras e internacionais, como Goodby, Silverstein & Partners e na AKQA de San Francisco e como pretende agitar a mídia exterior.

A StreetWise é a primeira agência full service do país especializada em mídia Out of Home, e a única parceira no Brasil do grupo britânico Talon. Em dois anos, a agência já realizou projetos para marcas como Santander, Burger King e Enjoei.

Fundada por Daniel Simões, ex-sócio e ex-CEO da Eletromidia, Paul Heath, ex-diretor do Grupo WPP nos EUA, Europa e Ásia, e Rodrigo Famelli, ex-VP de mídia da Africa, a agência tem ainda Daniel Jotta como VP de Growth e Novos Negócios.

Grandes agências estão lançando áreas específicas para o OOH. Qual a diferença da StreetWise nesse segmento?

No universo do OOH, não existe dúvidas que a criatividade é uma grande protagonista, um espaço onde os anunciantes sempre criaram execuções surpreendentes. Num passado recente, quem não se recorda dos outdoors da revista “The Economist” ou, aqui no Brasil, das campanhas inesquecíveis da Revista Veja? Mas o mundo mudou e o OOH do passado é bem diferente de hoje em dia. O OOH tinha 2% de share publicitário, hoje bate 12%. 

A evolução trouxe a necessidade de ter players especialistas, como a StreetWise. Ter uma agência especialista significa olhar o tempo inteiro para o OOH como estratégico. Somos especialistas, só fazemos OOH e as pessoas que estão na agência são do mesmo nível das grandes agências que estão no mercado. O time é praticamente todo sênior e pode ser comparada com qualquer time das grandes agências. Então, a gente não pode pensar, planejar e criar para OOH como fazia dez anos atrás, porque é outro meio. É dessa forma que a Streetwise quer chacoalhar os clientes.

Eu acho bom esse movimento das grandes agências criarem hubs de OOH. Primeiro porque o mercado está mostrando que a nossa tese faz sentido e, segundo, porque as próprias agências estão querendo fazer algo melhor.

Você começou como diretor de arte, se tornou diretor de Criação e no início dos anos 2000 focou no digital. O que mais te atraiu nesse meio?

Sempre foi um território que celebra a criatividade em sua forma mais extrema, e hoje, os publicitários voltaram seus olhares para esse meio com uma perspectiva renovada, especialmente devido às novas tecnologias. Foi exatamente esse fenômeno que me motivou a direcionar meus próximos projetos para esse cenário, pois acredito profundamente na sinergia entre as lições aprendidas na era digital e a maneira como concebemos o OOH. A mensagem precisa ser ágil, simples e pode ser direcionada para públicos específicos. Contudo, surge uma grande diferença e um desafio instigante: a oportunidade de criar soluções digitais no mundo real.

Em sua experiência internacional você viu campanhas criativas de OOH que te incentivaram agora a trabalhar com mídia exterior?

Sem dúvida. Em muitos países asiáticos, os meios de OOH estão impregnados de tecnologia. Em lugares como Singapura, por exemplo, a conexão de dados ultrarrápida abre portas para a personalização associada à geolocalização em tempo real nas ruas. Isso me fascina. Contudo, o Brasil não fica para trás. Hoje, o inventário de OOH nas grandes cidades do país é praticamente todo digital, proporcionando um campo fértil para inovações no meio OOH. É exatamente nesse território que acredito que a StreetWise fará a diferença, desenvolvendo soluções de mídia OOH inovadoras, que unem potencial criativo, inovação e tecnologia.


A maioria dos seus prêmios tem origem em peças digitais. O que vem de novidade da StreetWise em OOH?

Sempre defendi que o processo criativo ganha uma riqueza incrível quando as pessoas se envolvem em experiências inéditas para solucionar questões do cotidiano. A tecnologia, nesse contexto, surge como uma ferramenta perfeita para decifrar esses problemas e transformá-los em oportunidades. Essa “filosofia” tem sido a essência dos meus trabalhos até o momento, e o digital desempenha um papel central nesse cenário.

Estou otimista de que toda a expertise que acumulei no universo digital será direcionada para os projetos que vou desenvolver em OOH para os clientes da StreetWise. Acredito que essa fusão, esse intercâmbio de conhecimento entre os especialistas em OOH da agência e minha bagagem digital, será fundamental para conceber projetos inovadores nesse campo. Torcendo para ver logo essas ideias nas ruas.

A agência também opera como um lab criativo, apresentando ideias para os anunciantes?

A StreetWise é uma agência full service, contando com uma equipe criativa sênior dedicada não apenas aos projetos em curso, mas também gerando novas propostas graças ao profundo conhecimento que possuem nas contas que atendem. Com o inventário predominantemente digital nos dias de hoje, é possível lançar campanhas de forma ágil nos ativos digitais. A pergunta que deixo no ar é: por que não começar as campanhas nas ruas, expandindo para outros meios, como o digital? Fica a provocação.

Para concluir, destaco um ponto crucial: a criatividade hoje não é apenas responsabilidade de um departamento, mas sim de toda a agência. A criatividade no OOH permeia a mídia, o planejamento, o relacionamento com o cliente, e se faz presente em todas as áreas.