Campanhas

AS SELEÇÕES QUE A LEI IMPEDIU DE JOGAR

Publicado em
Pretinha, craque dos anos 80 em depoimento para o documentário

A Copa do Mundo de Futebol Feminino que o mundo assiste desde a Austrália e Nova Zelândia, é mais um marco do esporte que durante anos foi ignorado.

Apesar da desclassificação prematura da seleção brasileira no Mundial, a luta dessas jogadoras do país mereceu mais uma homenagem do Banco Itaú, incluindo atletas que não podiam entrar em campo.

Decreto 3.199 de 1941, “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”, impediu a prática no Brasil por mais de 40 anos, até a regulamentação oficial do futebol feminino em 1983.

Menos de uma década depois, em 1991 na China, o primeiro torneio mundial da modalidade já contou com a participação do Brasil representado por um time que tinha no elenco uma craque chamada Pretinha.

Neste ano a seleção novamente em campo, em seu nono campeonato, representando todas as mulheres que não puderam jogar um dia.

Em homenagem às atletas de hoje e ontem, o Itaú Unibanco, patrocinador oficial de todas as seleções brasileiras de futebol, fez uso da Inteligência Artificial para imaginar e criar imagens das possíveis jogadoras do Brasil nas décadas de 50, 60 e 70, dando a elas o reconhecimento e protagonismo no esporte que não tiveram em seu tempo.

Nesse processo o banco foi ouvir ex-jogadoras, historiadores, sociólogos e especialistas que ajudaram a descrever como era jogar futebol feminino na época. A partir desses depoimentos registrados em um Documentário e pesquisas, um designer especializado em IA criou comandos para gerar imagens das possíveis atletas.

Criada pela agência GALERIA .ag, a ação trouxe a público, em peças de mídia impressa e eletrônica, os times que não puderam estar em campo em 1959, 1963 e 1971, imaginados ludicamente por três pioneiras: Iolanda, jogadora do Vespasiano da década de 60, que praticava o esporte escondida, Dilma Mendes, jogadora na década de 70 e atualmente treinadora de futsal mais premiada do país, e Pretinha, jogadora dos anos 80 que esteve na primeira seleção feminina ao lado de Marta e Formiga.

A campanha teve também apoio da historiadora e pesquisadora dos futebóis Aira Bonfim e Giovanna “Giovanninha” Waksman, jogadora de 14 anos da Seleção Sub-17, promessa para o futuro do esporte.

“A história do futebol feminino no Brasil é muito rica, mas a maioria dos brasileiros desconhece esse passado de proibição à prática feminina do esporte. Dar luz à essa história, em um momento de grande relevância e protagonismo na Copa, é uma forma de reverenciar tudo o que essas mulheres sonharam e executaram para chegar até aqui. Como patrocinadores de todas as seleções, o Itaú quer contribuir dando visibilidade a esse passado como forma propor esse diálogo a mais públicos, fortalecendo assim as seleções do futuro”, diz Thaiza Akemi, superintendente de Marketing do Itaú Unibanco.

O projeto também entrou nas redes sociais com apoio de importantes nomes do universo do futebol, como Fernanda Gentil, Carol Barcelos, Formiga, a ex-árbitra Fernanda Colombo, e a jogadora da seleção Camila, que utilizaram seus perfis para expandir o alcance da iniciativa.

“O campeonato passou a ter um novo peso esse ano. Não pelo título, mas sim pelo que as nossas atletas representam. Desta vez, elas entraram em campo por gerações de mulheres que foram proibidas de praticar o esporte, e também por gerações de mulheres que ainda representarão nosso país vestindo a camisa da Seleção. Nosso projeto é sobre isso. E o uso da IA nos permitiu materializar seleções que não puderam ser formadas, mas, agora, podem ser imaginadas”, conta Carol Mello, CSO da GALERIA.

Criação de Guter Sá, Huanayra Alexandre, Júlia Pimentel, João Batista e Tawane Silva, com direção criativa de Arthur Lobão, Bruno Zampoli, Caio Milanesi, Cris Albano, Mario Cintra, Renan Monjon e Saulo Monjon, direção executiva de Rafael Caldeira e Phil Daijó e direção geral de Rafael Urenha.

Produção da FRAME, com direção de Cris Albano, fotografia de Fernando Lenox e imagens I.A de theacidtimes e Huanayra Alexandre.

Áudio da CANJA com trilha de Érica Silva, produçao de Diego Zorrilla e Leonardo Lima, e direção musical de Eduardo Karas, Lucas Sfair e Filipe Resende.

Aprovação de Eduardo Tracanella, Thaiza Akemi, Caroline Pintarelli, Caroline Paluan, Verônica Bortoloto e Eliza Bianchezi.