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AS DIFERENTES ARTES NA “29 HORAS” DE ABRIL

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Ela é a eterna Zelda de “Armação Ilimitado”, ou Sueli “De Tapas & Beijos” ou ainda Hebe Camargo no longa “A Estrela do Brasil”. Andréa Beltrão é a capa da edição carioca de abril da revista “29 HORAS”, distribuída gratuitamente no aeroporto Santos Dumont.

A edição paulista, por sua vez, destaca o artista plástico Vik Muniz, conhecido por criar suas obras de arte a partir de chocolate, diamantes, molho de tomate e, principalmente, lixo.

Andréa atualmente é a estrela de “Antigona”, peça grega de Sófocles, no Teatro Poeira, em Botafogo, Rio de Janeiro, que conta a história da filha de Édipo. As obras de Vik estarão em exposição na Galeria Nara Roesler, até 22 de abril.

Na “29 HORAS”, Andrea fala sobre o processo de montagem do espetáculo e as nuances técnicas utilizadas em Antigona. É a segunda vez que Andrea Beltrão encarna Antigona, personagem que rendeu a ela o prêmio APCA de Melhor Atriz em 2017.

“Três anos se passaram desde nossa última temporada de Antígona e muita coisa aconteceu. Vivemos uma suspensão dolorosa causada pela Covid, uma eleição conturbada, que, ainda bem, teve o melhor desfecho. E, pessoalmente, amadureci”, conta.

Nos últimos tempos, Andrea também é porta-voz de pautas feministas. “Existe uma curiosidade que é um pouco excessiva sobre as questões do envelhecimento da mulher. Não vejo essas mesmas pautas serem dirigidas aos homens, por exemplo. Já enjoei um pouco desse papo. Acho que, no fundo, são tentativas de suavizar o envelhecimento feminino. Não há como fazer isso de verdade. O tempo passa, isso é um fato. Fico impressionada com a nova estética que está em voga, a da harmonização facial. Não consigo achar bonito, mas cada um faz o que bem entender com seu rosto, com suas marcas”, conclui.

Embora radicado no Rio de Janeiro, Vik Muniz é paulista. Nesta edição da 29 HORAS” ele comenta sobre a série “Dinheiro Vivo”, com imagens compostas com fragmentos de dinheiro que seriam descartados pela Casa da Moeda.

“Dinheiro Vivo” se divide em duas partes. A primeira traz representações dos animais que estampam as cédulas do dinheiro brasileiro: a tartaruga marinha da nota de R$ 2, a garça da cédula de R$ 5, a arara (R$ 10), o mico-leão-dourado (R$ 20), a onça-pintada (R$ 50), a garoupa (R$ 100) e o lobo-guará (R$ 200). Mesmo triturado e sem valor financeiro, esse dinheiro serve para articular uma nova imagem, com aspectos metalinguísticos e novos simbolismos.

No segundo grupo de trabalhos, Muniz recria pinturas e gravuras de paisagens brasileiras do século 19, feitas por pintores viajantes como o alemão Johann Moritz Rugendas, o norte-americano Martin Johnson Heade e o francês Félix Taunay.

Vik tem obras expostas nos principais museus e galerias do planeta. Seus trabalhos sempre nos fazem refletir, como o trabalho de 2010, no lixão carioca do Jardim Gramacho, que gerou o longa “Lixo Extraordinário”, concorrente ao Oscar de Melhor Documentário.