Entrevista

INCLUSÃO EVOLUI. META AGORA É LIDERANÇA

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Lui: vigilância constante

O novo diretor de Criação da Talent, Lui Lima, chega a um dos poucos cargos de liderança no mercado publicitário ocupado por profissionais de grupos minorizados.

Há 18 anos no mercado, o criativo acumula passagens pelas agências Ogilvy, FCB Brasil, DM9 DDB, além quatro anos na Meta, grupo que inclui o Facebook, WhatsApp e Instagram, como diretor de Criação e estrategista.

Em seu portfólio, trabalhos para marcas como McDonald´s, Nestlé, CNA, Coca-Cola, Heineken, Claro e Itaú.

Em sua trajetória conquistou prêmios em festivais internacionais como Cannes Lions, The One Show, Clio, El Ojo e Effie Awards.

Como jurado, atuou Anuário do Clube de Criação em 2020 e 2021, Art Directors Club Awards, de Nova York, Next Creative Leaders global e Clube de Criação Bahia. Também é professor da Miami Ad School.

Nesta entrevista, ele fala de preconceito, inclusão, inspiração e prêmios.

Você acha que nos tempos atuais o preconceito diminui no mercado?

Eu quero acreditar que sim, mas é um assunto com muitas camadas e é difícil afirmar se realmente diminuiu ou se está apenas escondido. Acredito que a maior presença de grupos minorizados desencoraje atitudes preconceituosas e hoje é um pouco mais difícil que algo grave saia 100% impune. Hoje, temos mais políticas empresariais que olham para esse lado, mas o preconceito se adapta e se transforma, por isso, esse assunto precisa de uma vigilância constante.

Movimentos pela inclusão de profissionais de grupos minorizados estão dando resultado?

Existiu uma evolução e as ações afirmativas são muito necessárias. O que acontece é que essas ações, em sua maioria, acontecem apenas na base, o que é muito importante, mas ainda existe a necessidade de aumentarmos a presença de profissionais negros, por exemplo, em cargos de liderança.

Você tem algum espelho na profissão? Se inspirou em algum criativo de destaque?

Eu sempre fui mais de prestar mais atenção em trabalhos do que em fichas técnicas e aprendi com o trabalho de muita gente. E eu acho que a comunicação é um dos pilares mais importantes da sociedade, então sempre tento me inspirar em pessoas que usam nossa profissão para tentar fazer a diferença. Existem pessoas de gerações próximas à minha que admiro e vêm fazendo a diferença há muito tempo, como Felipe Silva, Renata Hilário, Angerson Vieira, Ary Nogueira, Thiago Lins e mais uma galera

Os prêmios que ganhou foram responsáveis pelo status que atingiu como DC de uma das mais importantes agências do Brasil?

Acho que é um conjunto. Os prêmios dão visibilidade, mas depende muito de como você gerencia sua carreira, de como aproveita as oportunidades, de como se planeja, de como trabalha e de como trata as pessoas e constrói uma conexão com elas.