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MULHER SIM! POR QUE NÃO?

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Telma, Carol, Valerya, Patrícia e Priscila: Porque Sim! (Clique para ampliar)

De dona de casa a Dona da Porra Toda. A luta continua. E não é só misoginia. Mulheres enfrentam ainda outros preconceitos. Mulheres negras, deficientes físicas ou LGBTQI+ encaram outra guerra além de provar sua competência.

Desde os anos 2000, porém, elas não só passaram a ocupar cargos de liderança, como também se mostraram mais sensíveis às dificuldades enfrentadas pelo contingente feminino na força de trabalho.

Pelo direito de ter direitos, barreiras vão caindo e já não se discute mais por que mulher sim. E a pergunta agora é: por que não?

Pelo direito de ter direitos, mulheres contam com vozes de vencedoras, em campanhas publicitária e movimentos.

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Marca de calçados cuja essência é a luta pelos direitos femininos, Dakota aproveita o 8 de março para lançar campanha criada pela agência Bistrô da nova coleção estrelada por mulheres empoderadas, como, a atriz Julina Paes, a médica cirurgiã da etnia Guarany Myriam Veloso, Paola Antonini, modelo e digital influencer criadora de um instituto de reabilitação de pessoas com deficiência e Liliane Rocha, mestre em políticas públicas e CEO da Gestão Kairós, consultoria em diversidade.

A seguir, depoimentos de executivas do mercado de comunicação publicitária sobre o Dia Internacional da Mulher, respondendo à indagação do título desta matéria:

“Toda mulher nasce com uma porção de liderança porque já traz dentro de si, o sexto sentido, o ventre, a vida. A sociedade impõe estereótipos e tabus para colocar a mulher num lugar muitas vezes secundário e coadjuvante. E cada dia mais, ocupamos papéis de protagonismo desde a criação dos filhos, gerenciamento de uma casa, busca por oportunidades profissionais e de crescimento pessoal, empreendendo, por exemplo. Hoje em dia vejo que a mulher não tem apenas necessidade de buscar seu espaço e voz ativa, mas tem que provar cotidianamente qual é o seu lugar de merecimento. E quando conquista um cargo de comando, como no meu caso de executiva, vejo e me sinto, às vezes, melindrada em um ambiente predominantemente, masculino e muitas vezes hostil. Nestes momentos, entra em cena meu sexto sentido, paro, penso, busco soluções e alternativas que representem meu ponto de vista de forma convicta, porém, sem perder a ternura. É um desafio estar na linha de frente, mas sempre busquei montar equipes que se sintam um pedacinho importante da empresa, valorizando competências, revelando talentos e dando oportunidades a outras mulheres. Acredito em leveza e funcionalidade para fazer o negócio dar certo. E o que é o certo? Estarmos felizes e ver acontecer. A Madre Mia esse ano está num momento muito bacana de reconhecimento, parcerias com grandes marcas onde entregamos nossos trabalhos com qualidade, primor estético e amor, ingrediente poderoso e transformador (Telma Reis, sócia e diretora comercial da Madre Mia Filmes, produtora do G8 Group).

“Numa sociedade como a nossa, mulheres acabam desempenhando vários papéis: família, carreira, relacionamento, bem-estar próprio – e fazem isso com equilíbrio e serenidade, o que as torna profissionais mais adaptáveis, flexíveis e aptas a buscar soluções eficientes para qualquer tipo de problema. Elas trazem para sua liderança um olhar mais amplo e abrangente e, por serem empáticas e acolhedoras, permitem um trabalho mais colaborativo, apoiando e buscando ações cada vez mais transformadoras” (Carol Boccia, Vice-presidente de Atendimento e Operações da agência Africa).

“Vieses são visões pré-concebidas e para quebrá-los é preciso estar aberto. Aberto à escuta, ao que o outro nos traz de seu, disposto a olhar além e enxergar o outro, a outra. Historicamente, as mulheres sempre tiveram que lidar com os efeitos dos vieses em suas trajetórias. E é por isso que nossa campanha #MaisDoQueVocêVê, criada só por mulheres, é um convite.  Um convite a olhar ao redor e ouvir as histórias de mulheres que todos conhecem”. (Valerya Borges, diretora de diversidade, equidade e inclusão para América Latina da VMLY&R).

“Por que não? Por que não mulheres na liderança das empresas? Ser mulher e ocupar hoje um cargo de liderança indica o quanto conquistamos. Digo “conquistamos”, no plural, porque essa não é uma conquista única. Lutamos juntas para ocuparmos posições de liderança todos os dias. Esse espaço diz também sobre as mulheres que me cercam e me apoiaram até aqui, que serviram de exemplo, de inspiração, de referência de onde podemos chegar. Também reflete o apoio e as oportunidades que líderes e chefes homens ofereceram durante minha trajetória. Estamos evoluindo, mas certamente ainda falta trazermos mais mulheres, principalmente negras, para ocupar esses espaços. E porque não retratar mulheres dirigindo uma SUV nas propagandas? Uma campanha recente da WMcCann, inédita na categoria de autos, trouxe mulheres reais no centro da história, ressignificando a frase que era para ser um insulto: “vai pilotar fogão”, demonstrando que as mulheres podem pilotar o que bem entenderem, inclusive um fogão, se assim quiserem. Que a comunicação possa cada vez mais retratar as mulheres mais próximas da realidade e de seus anseios” (Patricia Andrade, VP Executiva e diretora-geral da WMcCann Brasília).

“Mulher sim, por que não?” já é uma pergunta evolutiva, pois há apenas pouco mais de uma década talvez a afirmação seria: “Mulher não, porque sim!”  Mesmo assim, ainda precisamos evoluir muito mais, para que nem a necessidade desta pergunta seja necessária. A data não é sobre a exaltação do gênero, mas sim sobre jogar luz sobre a luta ainda diária para equidade, fim das injustiças e, infelizmente, contra violência de diversos tipos destinada à mulher. Somos maioria da população no Brasil. Vivemos mais tempo, temos mais educação formal. Somos harmônicas, solucionadoras nata de problemas, determinadas e, além de tudo, mais humanas para tratar muitas questões.  De acordo com o McKinsey Study, companhias com mais mulheres na liderança, quando comparado com a média da indústria, têm um resultado operacional 48% maior e crescimento 70% maior no faturamento. E mesmo assim, estudos revelam que, no Brasil, apenas 3% de mulheres ocupam cargos de liderança nas empresas. Então eu mudo a pergunta para: Mulheres na liderança. Sua empresa está esperando o que? (Priscila Stoliar, gerente de Marketing do SBT).