Ano: 2016

O Brasil terminou sua participação no El Ojo de Iberoamerica 2016 com 3 Grand Prix e um total de 159 troféus, sendo 39 de Ouro, 54 de Prata de 63 de Bronze, além dos GPs. O terceiro prêmio máximo foi conquistado na categoria Gráfica, pela Almap BBDO, com a campanha “Infinitas Possibilidades”, para Getty Images. O mesmo trabalho já havia ganho o FP de Produção Digital, enquanto “Doe Barras”, da J.Walter Thompson para ONGs ganhou o Grand Prix de Mídia. No último dia de premiação do festival, apenas o GP de Rádio foi inédito, conquistado pela Espanha, através da agência Lola Mullen Lowe com “Football Memories FM”, para a revista de esportes “Líbero”. Trata-se de projeto de uma rádio online que apresenta gravação de grandes partidas de futebol do passado, dirigidas a pacientes de Alzheimer. Objetivo é reativar a memória dessas pessoas, já que estudos da Universidade Autônoma de Barcelona e Federação de Futebolistas Veteranos mostraram que conversas sobre futebol ajudam a melhorar a memória de homens que sofrem desse mal. Os outros GPs foram repetidos de dias anteriores. “Tetas X Tetas”, da David Argentina para TyC Sports, ganhou o GP de El Tercer Ojo, prêmio equivalente ao Titanium Lions de Cannes. A campanha já havia ganho os Grand Prix de PR e Internet. “ConverS.O.S. da Mercado McCann de Buenos Aires conquistou o GP de Cine\TV. Antes, conquistou o GP do El Ojo Sports. A dupla espanhola Maria Pulgar Carillo e Manuel Rico Barragán, venceu a categoria Jovens Profissionais com trabalho para a Coca-Cola. (Veja a relação completa de prêmios no site do festival)

Parte da carreira internacional do criativo equatoriano Daniel Perez Pallares foi construída no Brasil, país que adotou com a esposa no início de 2013. O profissional fez parte do projeto que lançou a nova Grey Brasil, em agosto daquele ano, através do grupo Newcomm. Antes fez escala na 141, onde formou a dupla com Pedro Cappeletti, escolhida para comandar a Criação do resultado de fusão de agências. Pallares se tornou conhecido da comunidade criativa internacional ao conquistar cinco Leões em Cannes para a pequena Maruri Grey, de Quito. Antes de deixar a Grey Brasil, em agosto de 2014, ainda ganhou outros três Leões no Festival Mundial da Criatividade. No final daquele ano, contrariando as informações de que estaria interessado em fazer carreira no hemisfério norte, participou como sócio do lançamento da Maria São Paulo, agência inovadora que começou seu trabalho revolucionando a comunicação da caninha 51. Divergências no comando, porém, fizeram Pallares mudar mais uma vez de rota, e chegar à Leo Burnett do México como CCO. Mas o criativo e sua mulher não esqueceram o Brasil. “Vou voltar”, garante ele, sem especificar a data e a agência. “Não será na Leo Burnett”, afirma, lembrando que apesar dos boatos de partida, o comandante criativo Marcelo Reis decidiu ficar. A convicção, entretanto, mostra que alguma negociação já esteja adiantada. “Vou concluir meu trabalho no México, acomodar a situação familiar com o novo filho e depois vou pensar quando desembarco novamente no Brasil”, projeta.

Criativo argentino mais premiado em festivais mundiais, Pablo Del Campo só espera o fim de acordo de “No Compete” com o grupo Saatchi & Saatchi, em março de 2017, para anunciar como e quando deve voltar ao mercado latino-americano da comunicação publicitária. Fundador da Del Campo Nazca, incorporada pela holding S&S, o executivo aproveita o tempo para completar o livro “The Blank Page Drama”, que lançará no início do próximo ano. Enquanto isso, utiliza o tema em palestras e seminários, como o que abriu a programação do El Ojo de Iberoamerica 2016. Del Campo defende a grande ideia e diz que o importante para não perde-la, é ter a confiança e a cumplicidade do cliente. Em sua trajetória recheada de troféus mundiais, destaca como um de seus melhores trabalhos as campanhas que criou para a marca Andes, de cerveja. “A criatividade deve ser direcionada para criar movimentos, muito mais do que apenas uma boa campanha. Nike, Pepsi e Play Station são exemplos. O público não se atem apenas a comerciais ou campanhas dessas marcas, mas interage com movimentos que elas inspiram”, disse.

Parte da diretoria da Associação Brasileira de Propaganda se reúne na tarde desta segunda-feira (31) para decidir o futuro da sede própria da entidade, no centro do Rio de Janeiro. Aprovada e registrada em ata, a venda do imóvel deverá atender a compromissos financeiros urgentes da ABP. “A minha decisão de colocar a sede à venda visa estancar um passivo alto, uma dívida que herdei e começou a ser construída há seis ou sete gestões anteriores”, justifica Álvaro Rodrigues, presidente eleito em julho do ano passado para cumprir mandato até 2018. Não é o que pensa porém o diretor Thomaz Naves, que elaborou o documento “Convocação ao Mercado”, enviado a profissionais e empresários do setor, pedindo ideias e sugestões para uma mobilização visando salvar a sede. Segundo ele, o imóvel, avaliado em R$ 800 mil, não deve conseguir mais do que R$ 500 mil numa venda apressada. Desse total, cerca de R$ 300 mil podem ser destinados a indenizar Marion Green, ex-diretora executiva da ABP, em processo trabalhista. “Ou seja, vamos solucionar um problema de curto prazo mas não vamos garantir o futuro da entidade”, diz Naves, que no mercado atua como diretor comercial e de Marketing da TV Record no Rio de Janeiro. Ele participa ainda da ABMN, já colaborou com a ABA e Ampro, entre outras entidades do setor. Naves admite que sua ação é pessoal e isolada, já que, conforme diz, se pedisse autorização para o presidente Álvaro Rodrigues ele não ia deixar fazer. Rodrigues, por sua vez, não condena o gesto mas não acredita em resultado imediato, até porque a decisão tem que ser tomada rapidamente. “A verdade é que vivemos do pagamento de trimestralidades dos associados e patrocínio de eventos, cada vez mais escassos nesta época de crise econômica”, concluiu.