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CASO METRÔ: SEGURA QUE O FILHO É TEU

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Gavião: xavecando a mulherada

Provavelmente com o objetivo de preservar o relacionamento com a agência nova s/b, que administra verbas importantes dos governos federal, estadual e municipal, a rádio Transamérica assumiu a responsabilidade. Um merchandising do Metrô que fala em “xavecar” mulheres em trens lotados nos horários de pico causou revolta numa população indignada com recentes episódios de assédio sexual nesse tipo de transporte. Textos lidos por apresentadores é antigo e comum na mídia eletrônica. Mais recentemente tornaram-se também normais textos lidos por personagens, especialmente no rádio e com toques de humor. Marcas como Ford Caminhões, Claro, HDI Seguros e Sil Fios e Cabos Elétricos têm altos índices de recall junto ao público do programa “Na Geral”, da Bandeirantes, através de textos interpretados por personagens criados pelo humorista Beto Hora. Não foi, porém, o que aconteceu com “merchan” do Metrô de São Paulo veiculado durante o “Papo de Craque”, da Transamérica. Lido pelo personagem “Gavião”, torcedor da periferia, com linguajar malandro e previsíveis erros de português, explodiu como uma bomba. O Metrô garante não ter aprovado a peça e isenta a agência. Ou seja, sobrou para a emissora, que deverá ser processada pela empresa. O texto exalta a integração Metrô-CPTM, o crescimento da malha e a construção de  novas estações. No final, justifica a lotação exagerada de trens como um fato inerente às grandes capitais mundiais, a exemplo de São Paulo. Aí entra o improviso, a brincadeira indevida, a polêmica e a enxurrada de reclamações nas redes sociais. Provavelmente, quando gravou texto dizendo gostar de trem cheio por possibilitar “xavecar” a mulherada, Gavião ainda não sabia que o assédio sexual no Metrô iria tomar conta do noticiário. Era uma brincadeira, um improviso sobre o texto-guia que poderia até passar despercebido não fosse a atual comoção popular causada pela revelação de fatos criminosos contra passageiras. Uma série de coincidências infelizes, uma desatenção da rádio, mas também um desleixo de quem comprou a mídia e deveria, no mínimo, ter aprovado previamente o texto em questão. A nova s/b emitiu nota oficial sobre o assunto: “A nova/sb, uma das agências que atende o Metrô desde dezembro de 2013, repudia o conteúdo ofensivo e totalmente inapropriado do testemunhal da Rádio Transamérica, veiculado em 19 de março de 2014. A emissora acabou prestando, ao contrário do que se propôs a fazer, um desserviço à sociedade e um desrespeito com a população. A nova/sb, da mesma forma que o Metrô, adotará todas medidas cabíveis para que essa irresponsabilidade não fique impune”.