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CURTA BRASILEIRO CONCORRE À PALME D’OR

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O curta-metragem “Amarela”, escrito e dirigido pelo nipo-brasileiro André Hayato Saito e produzido por Mayra Faour Auad e Gabrielle Auad, da MyMama Entertainment, é o único trabalho brasileiro concorrendo à Palma de Ouro no 77º Festival de Cannes.

O filme foi selecionado entre mais de 4.420 obras inscritas e disputa o prêmio máximo do festival com outras dez produções.

“Amarela” já foi eleito melhor documentário de curta-metragem no Roma Short Film Festival.

“Sempre me senti japonês demais pra ser brasileiro e brasileiro demais pra ser japonês. A busca por uma identidade que habita o entrelugar se tornou a parte mais sólida de quem eu sou. Amarela é uma ferida aberta não só do povo Nipo-Brasileiro, mas de todos os filhos das diásporas ao redor do globo que se conectam a esse sentimento de serem estrangeiros no próprio país”, explica Saito.

Cenário: São Paulo, julho de 1998. No dia da final da Copa do Mundo contra a França, Erika Oguihara (Melissa Uehara), de 14 anos, uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições de sua família japonesa, está ansiosa para comemorar um título mundial pelo seu país. Em meio a tensão que progride durante a partida, Erika sofre com uma violência que parece invisível e adentra em um mar doloroso de sentimentos.

“Lembro quando Saito chegou para mim em 2019 com um material que rodou todo no Japão com sua família e me disse; “quero fazer algo com isso, cinema, mas apesar das inúmeras falas e trocas com eles não falo japonês e não tenho ideia do que está ali”. Naquele momento, nos unimos nas linhas invisíveis de sua criação autoral e descobrimos juntos uma voz linda, sensível, potente e muito necessária”, diz Mayra Faour Auad, produtora e fundadora MyMama Entertainment.

O curta fez sua estreia em abril deste ano no histórico 46º Festival Internacional de Cinema de Moscou e terá sua estréia européia no 31º Sheffield DocFest, que acontece em junho de 2024.

As outras obras que disputam o prêmio No Festival de Cinema de Cannes são: “Volcelest” (França), de Éric Briche; “Ootide” (Lituânia), de Razumaitė Eglė; “Sanki Yoxsan” (Azerbaijão), de Azer Guliev; “Les Belles Cicatrices” (França), de Raphaël Jouzeau; “Rrugës” (Kosovo), de Samir Karahoda; “Across the Waters” (China), de Viv Li; “Perfectly a Strangeness” (Canadá), de Alison McAlpine; “Tea” (EUA), de Blake Rice”; “The Man Who Could Not Remain Silent” (Croacia), de Nebojša Slijepčević e “Mau Por Um Momento” (Portugal), de Daniel Soares.

A Palma de Ouro de Curta-Metragem será entregue pelo Júri presidido pela atriz belga Lubna Azabal, no próximo dia 25 de maio, durante a cerimônia de encerramento do 77º Festival de Cannes.


Os prêmios do cinema brasileiro na história do Festival de Cannes: “O Cangaceiro” (1953), Melhor Filme na categoria Aventura; “O Pagador de Promessas” (1962), grande vencedor da Palma de Ouro; “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969), prêmio de Melhor Diretor para Glauber Rocha; “Eu Sei Que Vou Te Amar” (1986), Melhor Interpretação Feminina para Fernanda Torres; “Linha de Passe” (2006), Melhor Interpretação Feminina para Sandra Corveloni; e “Bacurau” (2019), Prêmio do Júri.