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“29 HORAS” DEBATE FUTURO DA COMUNICAÇÃO

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Edição de maio da revista “29 Horas”, distribuída gratuitamente nos aeroportos de Congonhas, Santos Dumont e Viracopos, tem como matéria principal as transformações provocadas no Marketing e na Publicidade nos últimos anos, especialmente neste período de pandemia.

Artigo “Cadê o público que estava aqui?”, deste jornalista na coluna “Marketing & Marcas”, avalia as mudanças ocorridas nos vários festivais de propaganda do mundo, a começar pelo Cannes Lions, que realiza sua segunda edição online este ano.

A reportagem especial ouviu Marcelo Salles Gomes, Presidente do Grupo Meio & Mensagem, Armando Ferrentini, Publisher e Diretor-Presidente do Propmark, Mário D’Andrea, presidente nacional da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), Sandra Martinelli, Presidente Executiva da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), e Raul Nogueira Filho, diretor do Portal Grandes Nomes da Propaganda e integrante da diretoria do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (SEPEX-SP).

Para Salles Gomes, o atual cenário provoca transformações constantes, e isso é benéfico para o mercado publicitário. “Demos um salto em uma direção que a indústria já caminhava, pulamos 5 anos em 1. É a era de ouro para o Marketing, pois é o setor central para qualquer empresa, é o CEO da nova era, já que é quem tem a compreensão da demanda do consumidor”, afirma. Ele analisa a constante digitalização dos meios de comunicação, que gerou um desafio para as marcas de como se manter relevante em meio a este cenário, citando a integração entre canais disponíveis como uma estratégia assertiva.

As tendências e projeções para o futuro da indústria da comunicação também são abordadas pelos demais ouvidos na reportagem. Para Ferrentini, Publisher do Propmark, o modelo brasileiro de publicidade, que é full service, ou seja, inclui na estrutura criação, mídia, atendimento, planejamento, pesquisa, produção e performance, é uma vantagem competitiva. Em vários países, a mídia é feita de forma independente e com olhar financeiro, o que torna tudo mais caro. “O modelo brasileiro é campeão, está integrado à economia criativa em que esse país tanto se diferencia”, enfatiza.

Sobre a comunicação ser cada vez mais multiplataforma, Mário D’Andrea, presidente da Abap, diz: “É fazer com que a marca do seu cliente esteja em todos os lugares em que o consumidor está. É manter contato constante com ele e seus desejos, seja durante o consumo de entretenimento, durante troca de informações, ou mesmo apenas apoiando o consumidor em suas decisões. A propaganda é muito mais do que vender: é construir uma ponte entre a vida do consumidor e a promessa do produto e propósito da marca. As agências brasileiras são cada vez mais multiplataformas, porque ninguém entende mais do consumidor do que nós. Ninguém conhece mais o que os interessa de verdade e o que é realmente relevante para a vida de cada um deles”.

Sandra Martinelli, Presidente Executiva da ABA, avalia que houve um ganho de complexidade dos processos de decisão de compra por parte do consumidor, o que elevou consideravelmente a noção de propósito das marcas. “Os anunciantes alteraram suas estratégias de comunicação em curto prazo, com foco em ajudar, entreter, apoiar e ser útil às pessoas, mais do que vender produtos”. Segundo ela, consumidores cobram posicionamentos e valores que devem ser representados não só na comunicação, pois precisam ter consistência da porta para dentro. “A publicidade precisa refletir esses compromissos em uma relação leal, coerente e próxima ao público”, diz.

Ao falar de tendências futuras nas agências, no marketing e na propaganda, com a pandemia que ainda atravessamos, Raul Nogueira Filho, do Grandes Nomes da Propaganda, afirma que a tendência é a cultura analítica. “Começar um planejamento a partir da análise de dados para saber mais sobre o momento dos nossos clientes e consumidores. Ter um planejamento com orçamento mais orientado para resultados. Isso vai provocar novas necessidades em termos de projetos e profissionais. A criatividade talvez tenha um novo tom. O marketing não será mais departamento. As empresas precisarão olhar para tudo isso como ciência, verdade absoluta, maturidade e coragem de expor novas ideias. Por enquanto, a forma é mais importante que o conteúdo. E vejo as mídias se transformando em ferramentas de gatilho. Elas são importantes para incluir um cliente em uma jornada de interesse”, avalia.

A edição Santos Dumont tem na capa um Ícone da MPB, Elza Soares. Aos 90 anos, ela representa uma figura importante para o feminismo, que desde sempre enfrentou adversidades de uma sociedade machista e violenta. E por viver em uma época em que a comunicação não era tão avançada e aberta como hoje, Elza afirma que as mulheres devem utilizar a tecnologia para expor situações degradantes. “Hoje nós temos meio de comunicação, temos que botar a cara, mostrar a cara. As redes sociais vieram para isso, para estarmos unidas. Eu acho que nós, mulheres, não temos que abaixar a cabeça para mais nada, somos nós que movimentamos o mundo”, diz.

Na edição Viracopos, o sertanejo e empresário Sorocaba, da dupla Fernando & Sorocaba, é o destaque da capa. Em entrevista, o músico comenta sobre o mercado da música sertaneja, rotina familiar e profissional em meio a pandemia e expectativas para a volta aos palcos. Entre outros assuntos, ele destaca que a música sertaneja precisa de criatividade e inovação. “Nos últimos anos, o sertanejo tem sofrido, com algumas raras exceções, de uma explosão de artistas fazendo coisas muito parecidas e isso tem sido um pouco prejudicial para o segmento, na minha opinião. Enxergo que o sertanejo é o gênero do Brasil e sempre vai ter sua força, mas no atual momento vejo outros gêneros, com o forró, por exemplo, conquistando um maior espaço”, conclui.