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PROPAGANDA PERDE AS PAIXÕES DE ZARA

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Zaragosa: antes de tudo, artista

Em agosto do ano passado o Brasil pode apreciar o último grande trabalho de José Zaragoza, espanhol de Alicante, fundador da mais icônica agência nacional, a DPZ.

Após um ano de trabalho, naquela oportunidade foi aberta a exposição “Olympics”, uma homenagem do publicitário, e antes de tudo artista plástico, aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Zaragoza faleceu na manhã desta segunda-feira (15), na São Paulo que adotou e onde criou a sua agência, de Francesc Petit e Roberto Duailibi, hoje integrante do grupo Publicis, acrescida com o T de Taterka.

O criativo cresceu em uma das cidades das artes mais famosas do mundo, Barcelona. Na década de 50 veio para o Brasil e em 68 fundou a DPZ, da qual foi sócio até dezembro de 2013. Em junho daquele ano já havia falecido Petit.

O universo dos esportes sempre foi uma temática importante na obra de Zaragoza. Em 2002 ele lançou a sua primeira série dedicada ao esporte, quando junto com Zico ajudou a promover o esporte na Ásia, durante a Copa do Mundo do Japão.

Em 2008, ele lançou o livro “Zaragoza, Olimpíadas e Futebol Arte” e em 2014 realizou a exposição Futebol Arte. Zara foi fundador e primeiro presidente do Clube de Criação.

Zaragoza começou sua carreira publicitária na J.W Thompson como diretor de arte. Em Nova York estagiou na NBC. Em 1962 fundou, com Ronald Persichetti e Francesc Petit o estúdio de design gráfico Metro 3, que deu origem à DPZ.

A DPZ&T enviou comunicado sobre a morte de Zaragoza:

Seus múltiplos talentos, bom humor e irreverência não dão conta de explicar o significado e a importância de Zaragoza para a publicidade brasileira e o mercado que ele ajudou a criar. É preciso falar em generosidade, fibra, sensibilidade, paixão, respeito, energia imensa e amor pelas boas coisas da vida. A prova disso é a quantidade de amigos e admiradores que conquistou, inspirou e influenciou.  

Catalão por nascimento, mas brasileiro por opção, o pintor, cineasta, artista plástico e publicitário chegou ao Brasil em 1950 e sempre conciliou a arte dos pincéis com a propaganda.

Em 1968, com os amigos Francesc Petit, seu conterrâneo falecido em 2013, e Roberto Duailibi, fundou a DPZ, agência que colocou a propaganda brasileira no topo da criatividade mundial e se tornou exemplo de elegância, verdade, integridade e ética em nosso mercado. Nos longos anos de dedicação à propaganda ajudou a formar inúmeros profissionais que o consideravam um líder e mestre. Exigente nos detalhes, trabalhou incansavelmente na construção de marcas icônicas e admiradas e na criação de campanhas inesquecíveis e personagens atemporais.

Formado pela Escola Superior de Artes de Barcelona, Zaragoza nunca deixou de lado as artes plásticas e se dedicou à produção artística até o fim da sua vida, tendo feito mais de 200 exposições que circularam o mundo e lhe garantiram reconhecimento internacional.

Casado com Monique Zaragoza, que o acompanhou por mais de cinco décadas em todos os seus projetos de vida, Zara, como era carinhosamente chamado pelos amigos, deixa os filhos Frederic, Kitu, Diego e Inés e sete netos.

Aos colaboradores da DPZ&T, clientes e amigos, deixa um legado de intenso amor às artes e à agência que ajudou a fundar e que se tornou ícone no mercado.

Seu corpo será velado amanhã (terça-feira), das 9h às 12h, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, e será cremado em cerimônia reservada à família.

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