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Um estranho caso de relacionamento entre o Conar e a Duloren, iniciado na década de 90, aumenta o volume de trabalho do órgão e a exposição da marca. Pelo menos uma vez por ano, Duloren recebe atenção especial dos conselheiros responsáveis pela autoregulamentação publicitária. Desta vez, um anúncio sugerindo masturbação feminina, provocou notificação da entidade à empresa e mais matérias na mídia. O caso nem entrou na pauta de avaliação, mas já está sendo noticiado. Por iniciativa do anunciante. A mídia espontânea que a marca arrecada é muito maior do que a comprada. Segundo os reclamantes, a atual campanha deprecia a mulher. Para a Duloren, porém, que já tem defesa pronta, há estudos que mostram que a masturbação feminina traz muitos benefícios para a vida sexual, pois a mulher pode se conhecer melhor e encontrar mais facilmente o prazer no sexo. A empresa também acredita ser curioso o tabu em torno deste assunto, num momento em que se luta pela legitimação das relações homossexuais, por exemplo. E decreta: “Essa notificação soa como um retrocesso”. Pior de tudo, o anúncio em questão foi criado para o Dia dos Namorados, que já passou. Ou seja, daqui para a frente, todo o processo será de grande inutilidade. O histórico caso entre Conar e Duloren teve início no começo dos anos 90, quando a agência carioca Doctor adotou o slogan “Você não imagina do que uma Duloren é capaz”. Uma freira de lingerie e um Cristo Redentor tapando os olhos foi o auge dessa parceria, que passou também por anúncio com Roberta Close. Desde então, e passando por outras agências como Agnelo Pacheco e a atual XTudo, Duloren se tornou o cliente mais assíduo do Conar. Em curto período, a DM9 até tentou mudar o slogan e diminuir a ousadia das peças publicitárias. O anunciante, porém, parece gostar muito do Conar, cujas decisões  sempre rendem visibilidade à marca.