SEM MEDO DO MUNDO

O último dos dez mandamentos de Nizan Guanaes para que o Brasil ultrapasse seus limites e não perca as oportunidades, resume a proposta: “Não ter medo do mundo”. O fundador do grupo ABC fez a palestra de encerramento do 5º Fórum de Marketing Empresarial, realizado neste final de semana no Sofitel Jequitimar Hotel do Guarujá. Ele abordou o tema geral do evento promovido pelo Lide, Grupo Doria e Editora Referência: “O Brasil no Mercado Global: Limites e Oportunidades”. Para formatar sua explanação, Nizan solicitou vídeos de personalidades internacionais de seu relacionamento com opiniões sobre o nosso País. A constatação é que o Brasil já não é considerado mais o País do futuro, mas sim o País do presente. Além de várias marcas brasileiras lembradas, os amigos de Nizan também citaram a migração da pobreza para a nova classe média e seu poder de compra como um dos fatores que abrem as portas do mundo para o Brasil. O publicitário também criticou o governo nacional em relação ao conhecimento das marcas brasileiras no exterior, informando que apesar dos R$ 500 milhões de verba institucional, o Brasil não aproveita as razoáveis tabelas de preço de grandes jornais dos Estados Unidos e da Europa.

PALESTRAS

O programa de palestras do Fórum foi aberto por Lilian Miranda, vice-presidente de Comunicação e Marketing da Nestlé, empresa pioneira no Serviço de Atendimento ao Consumidor, que lançou há 60 anos. Através de sua executiva, a Nestlé teve a coragem e a humildade de reconhecer que seu mais recente lançamento no Brasil, o chocolate global Kit Kat, só se tornou sucesso porque ouviu os apelos de seu público. “Tentamos duas vezes e não havia dado certo. Agora, porém, era a hora do nosso consumidor. Ele pediu, e aprovou”, disse. Luiz Eduardo Baptista, o BAP, presidente da Sky, revelou pela primeira vez em público o faturamento anual da empresa: R$ 10 bilhões. BAP relatou o período de crescimento da Sky, iniciado em 2006 em parceria com a FCB, a partir de campanhas com Gisele Bündchen. “Nós precisávamos vender o que tínhamos de melhor, ou seja, a qualidade da nossa imagem. E Gisele Bundchen é a brasileira que mais representa a qualidade de imagem’, explicou. Os seis milhões de assinantes num mercado de 18 milhões de clientes de TV paga indicam o sucesso da Sky no setor. “Nosso segredo é não mexer no que está dando certo”, afirmou. Outra atração do ciclo de palestras do evento foi o maior desenhista do Brasil, Maurício de Souza, consagrado com mais de 50 anos de sucesso de sua Turma da Mônica. O cartunista contou o início de sua carreira, a persistência até conseguir publicar suas tiras na Folha de S.Paulo e alguns segredos. Disse, por exemplo, que não gosta de alguns personagens, como Zé Munheca e Nicodemo, e que se acha um pouco o Chico Bento. Hoje, 70% do faturamento de seu Estúdio é representado por Licenciamento, embora seus números de revistas são impressionantes. A Panini Editora imprime mensalmente entre 2,5 milhões e 3 milhões de gibis da Turma da Mônica. Maurício também contou estar preparado para levar seus personagens para todas as plataformas, e que com muito orgulho sua Mônica é personalidade em países como China e Indonésia. Andrea Cordeiro, diretora de Marketing do Banco Itaú, falou sobre o Legado da Copa para as Marcas e o País. Contou que o time de patrocinadores do evento e da seleção ficou em contato direto a partir das manifestações populares contra o torneio da Fifa. “Mas não recuamos. Apostamos no torcedor brasileiro e na instituição seleção, tanto que renovamos nosso contrato com a CBF até 2022”, explicou. A executiva comemora o sucesso dos conceitos “Mostra sua força Brasil” e “#Isso muda o jogo”, adotados pelo povo brasileiro. Também afirmou que apesar das dúvidas, o evento foi positivo tanto para o Brasil, que recebeu mais de 700 mil turistas, como para o Itaú, que se consagrou como o melhor parceiro da Copa.