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LOCUÇÃO A 10 REAIS, TRILHAS A 50

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Kito: lutando por regulamentação e fiscalização

Quando se diz no mercado que o segmento do Som é o primo pobre da publicidade, a maioria concorda. Mas é preciso concordar também que pouco se fez até hoje para reverter esse quadro. Desunido, o setor se debate numa concorrência que não raras vezes chega a níveis predatórios. Kito Siqueira, atual presidente da Aprosom, explica que finalmente um primeiro passo foi dado em parceria com a Ancine, que estuda incluir em seus registros de comerciais os créditos de áudio. A partir daí pode-se caminhar para um mecanismo de fiscalização, hoje inexistente, que proporciona ofertas de serviços como faz a Tudo Rádios. Através de e-mails enviados a produtoras e entidades publicitárias, oferece locução a 10 reais, pacote de mil trilhas por 50 reais, mesmo valor cobrado por um pacote de mil efeitos. Parece brincadeira, mas não é. A Tudo Rádios promete ainda entregar em 72 horas sites com registro de domínio por 300 reais e streaming de rádio ao vivo para mil usuários por 200 reais ao ano. Finalizando depois de outras ofertas semelhantes, oferece divulgação de músicas para 50 mil emissoras por 500 reais. “Realmente não temos ainda como controlar. Não existe mecanismos de fiscalização. O que fazemos, nesses casos, e quando conseguimos identificar o autor, é alertá-lo sobre essa prática predatória, imoral e muitas vezes ilegal, além de avisar nossos associados”, diz Kito. A área de som não é protegida pela exigência de registro profissional, como ocorre, por exemplo, com relação a diretores de cena. Músicos, compositores e maestros, além do Clube da Voz, entidade que congrega locutores, assistem impotentes a cobrança de cachês irrisórios por “profissionais” sem compromisso com a classe. Resta apelar ao profissionalismo de agências e anunciantes na escolha de seus fornecedores de som e continuar lutando pela regulamentação da atividade. “Nem tabela oficial temos, não podemos ter. Apenas uma tabela com valores de referência sugeridos, sem poder de cobrar seu cumprimento”, explica o presidente de Aprosom.