Memória

 A PRIMEIRA E ÚLTIMA LETRA

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O “D” da DPZ também se foi. Letra que inicia o nome da agência também é a derradeira da história

Duailibi entre Zaragoza e Petit: reencontro

Roberto Duailibi ainda publicou vídeo na última semana recomendando a leitura de um dos muitos livros que vinha lendo nos últimos tempos.

Aos 89 anos morreu nesta sexta-feira (18) deixando o legado da mais famosa agência de propaganda brasileira.

Dualibi fundou a DPZ com Francesc Petit e José Zaragoza em 1968, 16 anos depois de iniciar sua carreira de redator na Colgate-Palmolive. Trabalhou na CIN, McCann, JWT e Ogilvy.

Foi a agência que revolucionou a forma de fazer publicidade no país, a primeira a ganhar um Leão de Ouro em Cannes e quem apostou no talento de Washington Olivetto, o mais premiado criativo brasileiro.

A DPZ foi a primeira agência a apostar todas as fichas na Criação, por onde passaram nomes como Nizan Guanaes, Marcelo Serpa, Neil Ferreira, Ruy Lindenberg, Helga MIethke, Camila Franco, Stalimir Vieira, Tomás Lorente, Carlos Righi, além de Olivetto, que brilharam em outras empresas do mercado.

Foi na DPZ onde nasceu o Garoto Bombril, campanha recorde mundial com mais de 300 comerciais e integrante do Guiness Book. Foi lá também que surgiu o Baixinho da Kaiser, o frango veloz da Sadia, logos do Banco Itaú e icônico comercial “A Morte do Orelhão”.

Em 2011 a DPZ foi comprada pelo grupo Publicis, em 2015 ganhou a letra “T” de Taterka e em 2022 voltou a ser DPZ.

Nada mais justo para preservar a memória e a história dos seus fundadores, que agora chega ao último capítulo com a partida de Roberto Duailibi.

Além de redator e escritor, Dualibi dirigiu a Abap em três gestões, foi professor e ainda atuava como conselheiro da ESPM, a primeira escola de publicidade do Brasil.