A CHARGE DA GLOBO NUNCA PUBLICADA

Cartum sobre o estrago que a novela “Pantanal” provocou na líder de audiência ficou na gaveta

A inspiração para charges da Publicidade vem de algum acontecimento. E ela nunca é a favor. “Charge a favor não tem graça. Ela é sempre crítica”, diz Dorinho, o desenhista, arquiteto, chargista e cartunista da propaganda, Heliodoro Teixeira Bastos Filho.

Também palestrante e professor da USP e ESPM, Dorinho completa 50 anos de atividade no meio. Ele começou a publicar seu trabalho na revista mensal “Propaganda” em 1975.

Nessas cinco décadas, que incluem ainda a charge semanal no jornal “Propmark”, só uma delas nunca foi publicada.

Ele lembra do fato e conta neste vídeo. O ano era 1990 e a novela “Pantanal”, exibida pela extinta TV Manchete, abalou profundamente a líder de audiência entre as emissoras brasileiras.

Pela primeira vez o horário nobre da Globo via uma novela de outra emissora alcançar índices de audiência improváveis durante os 216 capítulos da novela dirigida por Jayme Monjardim entre 27 de março a 11 de dezembro daquele ano.

Dorinho abordou o assunto com uma charge polêmica, que sem palavras, mostrava como “Pantanal” provocava estrago na programação de shows da  Globo, entrando no ar logo após o término de “Rainha da Sucata”, atração das 9 da concorrente.

A charge, porém, que tinha espaço cativo na publicação, seria publicada exatamente ao lado de um anúncio de página inteira da Globo.

E baseado na liberdade e confiança que sempre teve do editor Armando Ferrentini, o problema foi apresentado para Dorinho para sua decisão. A charge foi pra gaveta.

Veja o vídeo e a charge “avassaladora”.