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CINEASTA SURFA NAS ONDAS DO JAZZ

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O diretor de cena Fábio Hacker, “Alemão”, da Damasco Filmes, com passagens também pelas produtoras Vetor Zero e Conspiração, aproveitou a fase de trabalho remoto motivada pela pandemia para resgatar uma antiga paixão.

Em seu portfólio, trabalhos para marcas como Coca-Cola, Samsung, Itaú, Vivo, GM, Nestlé, Fiat, Jonhson & Johnson e Unilever, entre outras.

Vivendo perto do mar durante o isolamento social, planejou e há um mês ele lançou com dois amigos a marca de pranchas de surf Jazz Surfboards.

Além de ter uma relação de amor com o esporte, uniu a música, acreditando que o ato de deslizar numa onda gera as mesmas sensações de ouvir um bom som.

“O improviso é algo intrínseco a um músico de jazz e também a um surfista, pois uma onda no oceano nunca é igual a outra”, explica.

Alemão: tapa na cara e despertar

“A ideia é que cada prancha da coleção tenha uma relação com um grande nome do Jazz. A linha que cada prancha traça na onda e suas características se relacionam com o estilo e pegada de cada músico”, completa.

A primeira série leva a assinatura do artista plástico Thiago Thipan, nascido em Niterói e atualmente baseado em Florianópolis, próximo ao mar do Campeche.

Hiperativo quando criança, só duas coisas acalmavam Alemão: praticar esportes e assistir muitos filmes e desenhos animados. A imaginação e a necessidade de estar sempre em movimento, naturalmente, o conduziram ao mundo audiovisual.

”Estamos vivendo tempos de mudanças profundas na sociedade, e acredito que nas dificuldades, é onde a criatividade sempre se sobressai. A pandemia foi esse tapa na cara de muita gente. Mas olhando pelo viés positivo, um despertar. Foi um momento muito bom para reflexão, para gerar na sequência, ação”, explica Alemão.

“Esse ano na Damasco tivemos a oportunidade de realizar boas campanhas, como a de Nescafé, por exemplo, que trouxe a importância do respeito ao tempo e uma reflexão sobre o tempo em que vivemos. A música Paciência do Lenine e um plano sequência de quatro minutos de uma pessoa preparando o seu café, foi, pra mim, um contraste positivo aos comerciais acelerados e bumper ads que aceleram a mente e o número de views por minuto. É quando a imagem vem com cheiro, de café” conclui.