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EM 15 DIAS A NOVA VMLY&R

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Quintela: tempo curto

Por dois anos Marcos Quintela conseguiu manter uma solução caseira. O Brasil foi o único mercado em que Y&R e VML continuaram operando separadamente, unidas por um comando único, denominado grupo com todas as letras.

No país, porém, a fusão global das duas agências também será efetivada por não resistir às mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus. Quintela, presidente do grupo VMLY&R, tem no máximo duas semanas para anunciar  a mudança com tudo o que ela acarreta, de transformações internas à dispensa de funcionários e definição dos novos postos executivos.

A resistência à fusão, no início, ocorreu pelas particularidades do mercado nacional, onde ao contrário da maioria dos países, a VML, que encabeçou a fusão no mundo, ainda não superava a Y&R em vários aspectos, especialmente no quesito faturamento.

Há mais de 15 anos a Young lidera o ranking brasileiro de compra de mídia. Seu presidente é o francês David Laloum desde 2016. A VML, por sua vez, com excelente performance em conquista de novos clientes, não traduz esse desempenho em receita. Seu comando é de Fernando Taralli desde 2011.

A fusão foi anunciada em setembro de 2018 pela holding WPP, maior grupo mundial de publicidade e serviços de marketing. Globalmente, a atual VMLY&  tem como CEO Jon Cook, ex- VML.

Para o WPP, o perfil digital da VML é mais adequado ao futuro mundial da comunicação, majoritariamente digital. O Brasil, entretanto, com um mercado peculiar, ainda baseado nos altos investimentos em mídia de massa, particularmente na TV aberta, privilegiou inicialmente a Y&R.

A decisão de Quintela passa por todas essas ponderações e não será simplista como no resto do mundo. O pouco tempo para a missão, porém, deve resultar em uma decisão calcada no novo modo de operar da publicidade provocado pela pandemia da Covid-19.