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O FUTEBOL VAI REVER SEUS CONCEITOS

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Maciel: estaremos sempre nas oportunidades viáveis

Depois da Bíblia, o futebol. A última vez em que a Globo havia perdido a liderança de audiência no horário nobre foi em 2015, quando a novela “Os Dez Mandamentos” venceu o principal folhetim da líder, “A Regra do Jogo”.

Nesta quarta-feira (15), o feito foi alcançado pelo SBT. No horário da partida final do campeonato carioca entre Flamengo e Fluminense, das 21h às 22h58, a emissora marcou 27,7 pontos de média no Rio de Janeiro. Com isso conquistou o primeiro lugar isolado com 3% de vantagem para a segunda colocada, que registrou 26,9 de média na mesma faixa. A terceira colocada ficou com apenas 4,8 pontos de média.

“Termos alcançado a liderança da audiência no Rio, Brasília e em outras praças, e vendido seis cotas de patrocínio em apenas quatro dias, incluindo nesse período um domingo, mostram a relevância e qualidade do conteúdo que oferecemos”, comemora José Roberto Maciel, CEO do SBT.

A transmissão pelo SBT foi possível graças à uma MP do governo federal, que deu poderes de negociação de imagem aos times mandantes dos jogos, o que tirou os direitos da Globo, que não tem acordo com o Flamengo em relação ao campeonato carioca.

Especulações do mercado indicam que a um custo bruto de R$ 7,9 milhões, os patrocinadores PicPay, Brahma, Havan, Miorrelax da Hypera Pharma, xampu Clear da Unilever e Universidade Estácio, tenham rendido mais de R$ 40 milhões para serem divididos entre a emissora e o Flamengo, time mandante do jogo com os direitos de comercialização

Em São Paulo, a transmissão alcançou a segunda colocação com a maior média do dia. Com a bola em jogo, das 21h às 22h58, o SBT marcou 11,7 pontos de média, e a terceira colocada ficou com 4,9 pontos. Comparando com a mesma faixa horária da quarta-feira anterior, a audiência aumentou 69%.

TV aberta: 11 milhões contra 3, 5milhões no streaming

Os mais de 11 milhões de brasileiros que assistiram a conquista do Flamengo no SBT comprovam a força da TV aberta no país continental, cuja população ainda depende muito desse veículo como principal meio de comunicação.

O streaming, que alcançou 3,5 milhões de pessoas na semana passada via FluTV no YouTube, continuará sendo uma alternativa importante, porém como complemento, pelo menos no futuro próximo.

“Institucionalmente o benefício foi imenso. A quantidade de interações provocadas com o público, formadores de opinião e as marcas através dos nossos canais de divulgação incluídos aí nossos afiliados pelo Brasil, as redes sociais e a imprensa em geral, demonstram o carinho e a torcida que tem o SBT”, afirma Maciel.

Internamente, movimentamos todas as áreas do SBT num espaço de tempo curtíssimo com uma única preocupação, de entregar um evento de qualidade para os espectadores, para os clubes de Futebol em especial ao Flamengo com quem negociamos os direitos e para as marcas que acreditaram nesse movimento e num produto de muita qualidade”, continua o executivo.

Embora tenha sido um evento pontual, e apesar de toda complexidade que o tema futebol apresenta, Maciel acredita que tanto os clubes quanto os detentores de direitos e as marcas estão preocupados em rever e modernizar essa relação.

“Há espaço para todos desde que o propósito básico seja construir algo que seja ganha-ganha, o que no futebol sempre foi um desafio tremendo, dados os conflitos de interesse dos agentes”, explica.

“Reconhecemos que a régua de qualidade que foi criada nas transmissões de futebol nos últimos anos é muito alta, elogiável e não deveria ser perdida em beneficio do público e dos patrocinadores. Mas, tem que ser viável economicamente para todos.  Sempre que encontrarmos uma oportunidade, que seja onde essa viabilidade estiver presente como foi agora, queremos estar”, conclui Maciel.