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QUEM QUER FALAR COM ELES?

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São 13 milhões de pessoas vivendo em 6 mil comunidades ou favelas de todo o Brasil, movimentando por R$ 119 bilhões por ano, um consumo maior do que Bolívia e Paraguai somados.

Seus microcomércios fazem inveja a muitos mercados ou lojas do asfalto. Seus talentos estão na música, nas artes, nas redes sociais. Eles são muito mais do que se ouve nos noticiários.

Projeto da Favela Holding, composta por 20 empresas de empreendedorismo e cujo braço social é a Central Única das Favelas, celebra parceria com a agência Peppery e lança a plataforma Digital Favela, reunindo microinfluenciadores das comunidades que distribui campanhas no Instagram e Youtube. PicPay, Facebook e Uber já aderiram e terão campanhas veiculadas a partir de julho.

Trata-se de iniciativa pioneira no mundo que agora foca marcas interessadas em ampliar o horizonte da comunicação com um público praticamente inacessível e não representado, equivalente á população das cidades do Rio, Brasília e Salvador somadas.

O objetivo da joint venture é entrar no mercado como um veículo de tecnologia legítimo e relevante, utilizando os chamados microinfluenciadores comunitários, com grande capacidade de interação, geração de conteúdo e conhecimento da real situação dos moradores dessas áreas.

 “Tenho grande admiração pelos macroinfluenciadores, mas apesar de falarem para muitos lares, não são referência para estes territórios.  É incomparável a força de uma mãe de família postando para outras mães de família dentro de uma favela.  Esse post tem autoridade, legitimidade e, claro, credibilidade”, diz Celso Athayde, CEO da Favela Holding e do Digital Favela.

O App de carteira digital Pic-Pau deve contratar influenciadores do RJ, SP e Brasília. Já o Facebook utilizará a força territorial para fomentar seu programa de empreendedorismo, focado em apoiar o pequeno negócio local que, mais do que nunca, precisa ser suportado devido à crise do coronavírus. Uber, por sua vez, prevê ações para o segundo semestre. Alguns dos que serão recrutados para estas ações moram no Morro do Alemão, Rocinha, Paraisópolis Heliópolis e Sol Nascente.

 “Favelas não são regiões carentes. São mananciais da economia criativa, berço de empreendedores natos. O nosso foco é encontrar parceiros que estejam dispostos a trabalhar conosco como iguais, para que as favelas alcancem seu potencial de oportunidades, inserção profissional e acesso ao mercado de trabalho mesmo na pandemia.  A crise nos faz olhar para o universo digital de outra forma e queremos mostrar para o mercado que, além de poder de consumo, a favela conta também com influenciadores que impactam diretamente na tomada de decisão” explica Guilherme Pierri, CEO da agência Peppery.

O morador da comunidade com mais de mil seguidores nas redes sociais, que tiver um perfil comercial ou criador de conteúdo, pode entrar no site da Digital Favela e se cadastrar.  Depois, ele passa a fazer parte do quadro de influenciadores que servirá como uma grande vitrine para as empresas interessadas.  

Neste processo, a agência Peppery idealiza o projeto com expertise estratégica de comunicação e dados necessários para o lançamento e sustentação das campanhas.

Para cuidar da parte de tecnologia e automação dos processos, A Digital Favela escalou a Squid, especializada em marketing de influência e que terá a responsabilidade desde absorver o briefing elaborado pelo cliente até a identificação dos perfis ideais para cada ação.