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PERIFERIAS APELAM ÀS MARCAS

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Quarentena sem água, alimentos ou produtos de higiene é o que vive hoje a grande maioria das comunidades nas periferias, onde uma casa, ou barraco, abriga em média seis pessoas.

O grupo de jovens Publicitários Negros, boa parte deles habitando regiões periféricas de grandes cidades, realizou em parceria com a empresa de pesquisa Box1824,  um mapeamento de urgências visando oferecer às marcas subsídios para eventuais ajudas.

Infelizmente, ainda, poucos moradores desses locais conseguem perceber algum tipo de auxílio das marcas que, em tempos normais, consomem com muita dificuldade.

São aspectos invisíveis aos olhos de quem não sofre demasiado com o isolamento social e o medo da contaminação.

A realidade não se resume a salas espaçosas, casas iluminadas e rostos bem alimentados. Quem vive em bairros distantes do centro e superlotados tem uma outra visão do isolamento, de seus cômodos apertados e regiões sem saneamento.

O primeiro mapeamento foi concluído e impactou 200 moradores de diferentes periferias do estado de São Paulo, arrecadando respostas de adolescentes a idosos, com diferentes necessidades e também ideias de como as marcas e o próprio poder público podem combater o impacto da Covid-19 na sociedade.

A iniciativa “Me ajuda a ajudar?” levantou pontos de atenção a partir das respostas das comunidades e também os principais pedidos.

“As grandes marcas poderiam assegurar o acesso aos produtos essenciais para alimentação e higiene nas periferias. O governo poderia assegurar o fornecimento de serviços de água, luz e internet de maneira gratuita, e suspender o pagamento de aluguéis”, diz um morador de 22 anos do Jardim Laura, em São Bernardo do Campo.

Essas pessoas esperam atitudes das marcas, mesmo que ainda enxerguem poucos exemplos de ações em suas comunidades. Por exemplo, 93,5% ainda não percebeu nenhuma marca fazendo ação para a comunidade.

Com base nos resultados desta pesquisa, o grupo disponibilizou um relatório completo para que marcas e agências possam ter acesso a essas principais necessidades das periferias, perspectivas e insights, para que ações positivas impactem as comunidades periféricas.