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AKQA EM DEFESA DA AMAZÔNIA

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Lançada em 2014 sob o comando da dupla Hugo Veiga e Diego Machado, criadores do case “Real Beauty” de Dove ainda na Ogilvy, a operação brasileira da AKQA apresenta um dispositivo que trava o funcionamento de maquinário pesado em áreas protegidas do desmatamento ilegal.

O projeto “Código da Consciência’ consiste em um software gratuito e de código aberto e foi desenvolvido pela agência em parceria com Institutos, Associações e empresas de diversos setores.

A campanha de divulgação é protagonizada pelo cacique Raoni Metuktire, líder do povo indígena Kayapó, que vem sofrendo com a devastação da Amazônia.

Denominado estúdio criativo, a AKQA e seus parceiros no projeto estão em contato com os CEOs das dez maiores fabricantes de equipamentos de construção do mundo, com o objetivo de explicar a importância de um compromisso pela conservação ambiental.

“Que os fabricantes de tratores e os chefes todos venham e vejam isso. Para que os tratores operem, mas parem quando chegarem à nossa terra, à nossa floresta e assim ela continuar existindo. É para que tenhamos consciência e para que a floresta fique de pé”, diz o cacique Raoni.

Segundo dados do INPE, o desmatamento da Amazônia aumentou 278% em Julho de 2019. Só em Juara, Mato Grosso, foram cortadas mais de 300 mil árvores da Floresta Amazônica nos últimos meses. Em algumas áreas reviradas pelas máquinas, os danos são permanentes, sem possibilidade de regeneração completa.
O Código da Consciência usa mapas georeferenciados das áreas protegidas do mundo, reunidos pelo World Database on Protected Areas (WDPA). O código combina o sistema de GPS existente nas máquinas com o banco de dados das áreas protegidas, detectando se elas entrarem em uma área onde não deveriam estar.

O código pode ser obtido gratuitamente no site CodigoDaConsciencia.org por qualquer empresa interessada. Para simbolizar a viabilidade de implementação do Código da Consciência a um baixo custo em diversas máquinas (incluindo modelos antigos), foi desenvolvido um chip pequeno contendo GPS, 4G e armazenamento de dados — além do código em si. 

“A destruição ilegal da natureza impacta todos, seja na diminuição da biodiversidade, na violência contra comunidades, na degradação do solo ou, em última instância, no aquecimento global. O projeto oferece às fabricantes de veículos pesados, pela primeira vez, a oportunidade de também participarem da solução desse problema. Além disso, acreditamos na viabilidade econômica do projeto – ao mesmo tempo em que uma fabricante poderia perder clientes com objetivos ilegais, poderia ganhar outros que, não apenas acreditam em um mundo melhor, mas sabem das vantagens econômicas de assumir essa postura em um mundo cada vez mais consciente”, explica Hugo Veiga.

O próximo passo será transformar essa iniciativa em lei federal no Brasil e em todos os países, especialmente naqueles que mais sofrem com este problema, como Papua Nova Guiné, Indonésia, Congo e Austrália.