Polêmica

SENTENÇA AFETA PÁSCOA DE 2018

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Conar suspende filme 45 dias após término de veiculação e anunciante tem um ano para realizar mudanças

Baseado no artigo 37, item 1, letra F da seção 11 de seu código de autorregulamentação, revisto em 2007, que dispõe sobre publicidade incluindo crianças e jovens, o Conar suspendeu a campanha de Páscoa do refrigerante Dolly Guaraná.

Segundo o artigo, é proibido empregar crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo, admitida, entretanto, a participação deles nas demonstrações pertinentes de serviço ou produto.

A questão é que o referido comercial, com quase 1 milhão e 70 mil visualizações no YouTube, vem sendo repetido anualmente na data há cinco anos, desde seu lançamento em março de 2013. E, na verdade, ele substituiu outro filme, com as mesmas características, veiculado desde 2005.

O processo, aberto na segunda semana de abril, foi concluído agora, 45 dias após o feriado religioso, portanto sem efeito para este ano de 2017. A ação foi movida por iniciativa própria do Conselho de Autorregulamentação Publicitária, de acordo com trabalho contínuo de Monitoria de publicidade nos veículos de comunicação.

Conforme apuramos, não houve denúncia pública da campanha. Sem entrar no mérito da qualidade da produção da peça, Dolly e seu mascote Dollynho, criado em 2004, são campeões campeões de simpatia junto ao público infantil.

A empresa Tholor, responsável pela marca Dolly, informa que não recebeu nenhuma notificação do Conar referente à representação Nº 060/17. Segundo comunicado: “A empresa se surpreende com a notícia, já que a Páscoa foi comemorada há mais de 45 dias e o comercial é veiculado anualmente desde 2007 nas principais emissoras de televisão do país, sem nunca ter sido alvo de notificação do órgão”.

Extra-oficialmente, o Conar justifica a demora do julgamento pelo fato de ser obrigado a seguir os passos de conduta de processo estabelecidos em seu código. Afirma também que o trabalho de Monitoria não se restringe a grandes anunciantes ou a emissoras específicas, já que Dolly veicula suas campanhas basicamente em TVs com programação popular. Mas não tem argumento para essa falha com relação à uma campanha veiculada há pelo menos 12 anos utilizando crianças fantasiadas de coelho enaltecendo o refrigerante.