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SOM VIVE O PIOR CENÁRIO

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Turra: efeito dominó

Vista como a ponta mais fraca do processo publicitário, as produtoras de som, que já vinham sofrendo como todo o mercado com a redução de valores, enfrentam agora um cenário pior com a pandemia do coronavírus.

“É chocante, um desastre. Os trabalhos começaram a cair, vieram atrasos em pagamentos, prazos e valores sendo renegociados, equipes sendo reduzidas, pessoas sendo afastadas de seus cargos, valores dos projetos despencando. Para piorar, freelancers que atuam dentro das produtoras não se enquadram em nenhuma das linhas de auxílio financeiro oferecidas pelo governo”, diz Pedro Turra, presidente da Aprosom e sócio da produtora A-Gandaia.

A Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários foi fundada em 1973 para defender os interesses das empresas prestadoras de serviços de som para o mercado publicitário. Atualmente reúne 55 empresas em seu quadro de associados.

Por outro lado, ele explica que todos estão se adaptando, já que a parte do áudio sempre foi possível de se resolver de dentro de casa.

“A maioria dos donos, funcionários das produtoras ligados ao áudio, músicos e engenheiros  possuem seus home studios, e o restante da equipe está o tempo toda conectada em chats”, lembra.

Como ele informa, algumas produtoras deram férias coletivas para seus funcionários, se ajustando dentro da realidade, com suas operações abertas e funcionando.

Quanto a ações da entidade visando minimizar a crise, a Aprosom diminuiu em 20% a contribuição mensal dos associados, além de tentar tirar o máximo de dúvidas e levar soluções para todo o setor.

“A crise é um efeito dominó, que vem do cliente com verbas totalmente reduzidas ou muitas vezes com adiamento ou cancelamento de campanhas, passa pela agência, chegando nas produtora de filme que estão proibidas de abrir câmera, nas empresas de eventos e chega a nós do áudio e em nossos fornecedores”, lamenta.

Turra informa que só em São Paulo o mercado audiovisual gera 300 mil empregos. Diante disso, em conjunto com mais sete entidades  dos segmentos publicitário e audiovisual, a Aprosom encaminhou ao governo federal uma reivindicação em caráter excepcional para a proteção do setor.

Para ele, a queda de renda no segmento chegará no mínimo a 60%. “Tenho sentido isso como empresário. Minha produtora teve uma queda de 50% no faturamento de março e abril comparado a fevereiro ou com o mesmo período do ano passado”, revela.

“2021 será um ano que vamos usar para pagar a conta que 2020 nos deixou em aberto e chegando 2022 vamos poder colher os frutos de tudo isso, voltar a crescer  e estabilizar”, prevê.