Polêmica

AINDA RESTA UM POUCO DE LUCIDEZ

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A Justiça Federal do Rio de Janeiro concedeu liminar ao pedido do Ministério Público para que o governo federal suspenda a campanha “O Brasil não pode parar”. Mais do que isso, O MP pediu também à Justiça que exija uma nota oficial reconhecendo que a publicidade não está embasada em informações científicas.

Segundo a Secom, não existe campanha, apenas um vídeo experimental, com custo zero, que ainda teria que passar pela aprovação do governo.

Conforme a agência IComunicação, recentemente contratada com verba de R$ 4,8 milhões pela mesma secretaria para operação digital da presidência, não é autora do vídeo. O mesmo afirma a Isobar, que deixou de atender a conta.

E já que a ação não tinha dono, a própria Secom decidiu assumir a autoria do que classifica como um vídeo preliminar da campanha “O Brasil Não Pode Parar”, através de dois designers seus contratados.

O filme “O Brasil não pode parar” (assista abaixo) foi publicado inicialmente na página do senador Flávio Bolsonaro no Facebook. Obviamente contrário a todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

A campanha reforça o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro de ser contra o fechamento do comércio e a quarentena da população como forma de proteção contra o coronavírus.

A campanha é inspirada em um movimento da prefeitura de Milão, que dias depois reconheceu o erro arrependendo-se da atitude diante do número assustador de mortos italianos.

Enquanto o governo federal país achar que o isolamento social deve-se restringir aos idosos, principal grupo de risco da doença, a Covid-19 vai continuar se espalhando.

Segundo o instituto Butantã, o isolamento determinado pelo governo de São Paulo diminuiu a taxa de contágio de seis para duas pessoas via infectados. Seguramente o mesmo vai ocorrer nos demais estados brasileiros, nos quais os governadores resistem e contrariam a orientação presidencial.

Não há campanha ou carreata de seguidores capaz de desmentir números.