Entrevista

DE SÃO PAULO PARA O MUNDO

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James: entre as melhores do Brasil em três anos

Maior produtora de áudio do Paraná, premiada no país e em festivais mundiais, a Jamute investe em novo estúdio em São Paulo para iniciar um projeto internacional.

Com 21 anos de atuação, a produtora está há cinco na capital paulista através da qual pretende ser reconhecida como uma das melhores do país em três anos.

Para isso, seu CEO e fundador, James Pinto, conta com a parceria de grandes agências que se tornaram clientes no maior mercado brasileiro.

O novo escritório, com projeto assinado pelo arquiteto Carlos Duttweller,  segue os mesmos padrões internacionais dos maiores estúdios de som do mundo, com produção de áudio publicitário focada em formatos binaural, 5.1 e todos os novos formatos que a produção de áudio exige.

A equipe paulista, com 13 profissionais, já supera o contingente da sede curitibana, onde trabalham sete músicos e produtores.

Em sua trajetória, a Jamute já conquistou 33 Leões do festival de Cannes, inclusive um na categoria “Best Use of Music”, 19 Profissionais do Ano e12 títulos de Produtora de Áudio do Ano no prêmio Colunistas, além de troféus nos festivais de Londres e Nova York.

Em entrevista ao Blog, James conta detalhes do projeto.

Quando decidiu atravessar a fronteira de Curitiba como a Jamute foi recebida no maior mercado publicitário do país?

A história da Jamute sempre foi ligada à produção voltada para o mercado nacional, com diretores e criativos que trabalhavam conosco em Curitiba e gostavam muito do nosso trabalho e nos fizeram transpor barreiras. Em 2010 começamos a fazer produções com maior freqüência e para campanhas de grande relevância. Sou muito grato pela forma que fomos recebidos, pelo respeito ao nosso trabalho criativo.

Em um segmento de grande concorrência, como se manter no mercado brasileiro disputado por grandes produtoras de São Paulo e as reconhecidas gaúchas?

Inovando, nos abastecendo de ideias, participando de festivais, escolhendo uma equipe de excelência, cuidando da parte financeira para termos combustível e cumprirmos com os acordos internos. Também ajuda estar muito próximo dos clientes, que conseqüentemente viram amigos, com os processos criativos e desafios pela ideia. Também entregar produções que tenham uma sonoridade impecável e que façam a diferença no break, na internet, no elevador ou no celular.

O movimento de profissionais que partem para seu próprio negócio, atrapalha os planos das empresas do setor?

Ficamos em sétimo lugar no ranking do ano passado. Ganhamos 11 leões em 2017. Tivemos um crescimento exponencial em São Paulo desde que decidimos manter o formato original.  Estamos inaugurando um espaço de excelência para produção publicitária, séries, cinema e novos formatos. O nosso faturamento em 2016 foi o maior da história. Estamos atendendo, com ótima freqüência, mais de 10 agências, que esperamos continuar conosco, assim como seus clientes.

Estúdios arrojados e modernos são suficientes para se consolidar no cenário nacional e iniciar um projeto de internacionalização?

As ideias é que devem ser arrojadas. A execução, a criação, o pessoal e os talentos envolvidos, o conteúdo criativo. Hoje, estruturas físicas não são o diferencial como em tempos atrás. Sou consciente disso e poderia ter um discurso mercadológico, jogando confete no meu novo estúdio e me vangloriando da grande obra, mas não é assim. Fiz todo esse investimento porque amo trabalhar e ganhar meu dinheiro com música e todas as disciplinas do áudio. Sendo assim, vou querer o melhor lugar para mim e minha equipe, até porque adoro estar rodeado de pessoas muito melhores que eu, mais inteligentes, mais talentosas e que me trazem todos os dias mais informações e atitudes, que fazem a minha vida ter mais brilho, energia e encantamento. Também porque quero receber meus clientes e amigos em um lugar delicioso para celebrar a criação, seja de um novo comercial, seja para discutir uma nova série. Porém, para o mercado internacional, acredito sim que faça a diferença e é nessa direção que estou apontando um dos braços da Jamute.

 Qual o prazo e qual a estratégia prevista para a Jamute estar no time principal das produtoras nacionais?  

Em três anos queremos ser lembrados como uma das melhores produtoras do país. A estratégia é continuar com o que venho fazendo ao longo desses anos, investir na minha equipe e na qualidade das entregas, alimentar todas as manifestações criativas ligadas à música e ao som. Continuar com nosso controle administrativo e financeiro impecáveis para ter combustível e atingir a longevidade.