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DEMOCRACIA PERDE UM GRANDE DEFENSOR

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Otávio Frias Filho (1957-2018)

Durante uma década, como editor do então caderno “Propaganda & Marketing”, encartado na “Folha da Tarde”, aprendi muito sobre a modernidade e a democratização do Jornalismo.

Embora o contato não fosse direto, sabia que as diretrizes da empresa vinham daquele jovem empreendedor que jamais se portava como dono de um império editorial, mas como o condutor de uma linha profissional admirada por parte da classe que trabalhava para o grupo Folha.

Otávio Frias Filho foi embora cedo, aos 61 anos, vencido por uma doença devastadora, e deixou um legado importantíssimo não só para a atividade mas para toda a sociedade brasileira.

Ele deixou profundas marcas na história da imprensa brasileira, como diz a nota da Associação Nacional de Jornais, destacando que Otavinho, como era conhecido, enxergava no jornalismo sério e responsável uma ferramenta indispensável para a construção do sonho de um país justo e civilizado.

A Ordem dos Advogados do Brasil, por sua vez, lembrou que foi Otávio Filho quem abriu definitivamente espaço ao contraditório e ao debate de ideias divergentes.

Foi ele quem implantou e consolidou o “Projeto Folha”, que estabeleceu normas de escrita e conduta do jornal, seguidas por grande parte da imprensa brasileira, assim como lanço em 1984 o Manual de Redação, disponibilizado para o público, e que acabou norteando a carreira de milhares de jornalistas do país.

Otávio Frias Filho, assumiu o comando do jornal comprado pelo pai Octávio Frias de Oliveira com Carlos Caldeira Filho em 1962, no início da década de 80, durante a campanha “Diretas Já”. Substituiu Boris Casoy na direção da redação e dividiu com o irmão Luiz, responsável pela área administrativa e financeira, a gestão do grupo.

Além do legado ao Jornalismo, Otávio Filho também deixa uma obra literária composta por seis peças de teatro e três livros.