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HISTÓRIAS QUE SE MISTURAM

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Altino João de Barros, leva com ele toda a memória da moderna propaganda brasileira

Altino e a esposa Yedda no Dia dos Namorados de 2017

Quando cheguei ao Baretto para o lançamento de meu livro “Meus Amigos Publicitários”, em setembro de 2002, o primeiro convidado já havia chegado. “Seo” Altino estava lá bem antes das 19 horas, horário marcado para começar o evento.

Tempo suficiente para ampliar a amizade, admiração e respeito que sempre tive nesse mercado pelo maior nome da Mídia deste país. Era sempre Altino quem me telefonava para alertar, antes de passar a ligação para o então presidente da McCann Erickson, que Jens Olesen estava bravo com a matéria que eu havia publicado.

“Seo” Altino morreu neste domingo (18) aos 91 anos segundo registros na imprensa, ou aos 93 segundo seu filho Fernando de Barros, encerrando grande parte da história da moderna propaganda do Brasil, iniciada com a chegada das multinacionais na década de 40.

Quando lançou seu livro “Do reclame à era digital”, em 2013, estava prestes a completar 70 anos de carreira, na mesma McCann onde iniciou em 1944 como office-boy. Além das técnicas de Mídia que implantou na publicidade nacional, também foi, entre outras realizações, o criador do “top” de 5 segundos que se tornou grande fonte da receita da Rede Globo de Televisão.

Em 2010, quando assumiu a agência e acrescentou um “W” à frente da McCann, Washington Olivetto manteve “seo” Altino na sede como um consultor de qualidade. Ele se recusava a aposentar-se e viveu toda sua existência para o trabalho.

Carioca, Altino João de Barros atuou até 1974 na McCann Rio, na área de Mídia à qual foi promovido um ano depois de sua chegada à agência. Foram mais 40 anos na sede paulista.

Sua história na profissão se mistura com a própria história da propaganda contemporânea no país. Participou de quase todos os avanços da atividade ao longo de sua carreira, como a criação do Instituto Verificador de Circulação (IVC), do Grupo de Mídia de São Paulo, do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e do Conselho Executivo de Normas Padrão (Cenp).