Polêmica

QUEM PAGA O PREJUÍZO?

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Sem sinal de Record, SBT e Rede TV! , propaganda perde 20% de audiência na TV paga

Além do assinante, que paga pacotes incluindo as três emissoras, anunciantes que programam suas campanhas na Record, SBT e Rede TV! estão perdendo quase 20% de audiência com a interrupção dos respectivos sinais nas operadoras Net, Sky, Claro e Oi.

Desde a 0 hora desta quinta-feira (30), com o fim do sinal analógico na região metropolitana de São Paulo, apenas assinantes da Vivo continuam assistindo aquelas emissoras.

Embora apenas 19,71% dos domicílios brasileiros utilizem TV paga, é certo também que transformado em poder aquisitivo, esse índice aumenta ao se considerar o público da Grande São Paulo.

“Por ser um tema de solução específica de negociação entre seus principais players envolvidos, a ABA não se manifestará”, disse ao Blog Sandra Martinelli, presidente executiva da Associação Brasileira de Anunciantes.

“A ABAP acompanha atentamente a situação e tem esperança que um entendimento ainda possa ser alcançado. As agências estão alertas e, de comum acordo com os seus clientes, prontas para as possíveis decisões a serem tomadas”, declarou o diretor executivo da Associação Brasileira de Agências de Propaganda, Decio Vomero.

As entidades torcem por um acordo entre operadoras e as três emissoras, que exigem remuneração pelos seus sinais digitais. A Vivo foi a única a aceitar discutir valores de distribuição dos canais.

Por meio de comunicado na tela, Net e Claro, que juntas têm mais da metade do mercado da TV por assinatura, recomendam aos assinantes que instalem antena externa para captar o sinal digital das emissoras que negociam em bloco através da sigla “Simba”.

Mas isso não resolve o problema nem do assinante nem do anunciante. Se já paga o pacote, por que o consumidor seria obrigado, ainda, a despender mais dinheiro pelos sinais?

Baseadas na lei 12.485 de 2011, as TVs abertas podem cobrar por seus sinais digitais das operadoras que vendem assinatura.

A negociação começou em novembro do ano passado, quando o fim do sinal analógico ocorreu em Brasília.

Ao chegar ao maior mercado do país, porém, o problema cresce e a briga entre operadoras e emissoras ganha mais um forte combatente, o anunciante, que é quem paga boa parte da conta.

Em nota, a “Simba”, em nome de Record, Rede TV! e SBT, justifica a manutenção de seus sinais na Vivo pelo avanço de negociações, e convoca as outras operadoras a adotarem a mesma sensibilidade para garantir aos assinantes o seu conteúdo.

ABA e ABAP continuam aguardando e torcendo pelo entendimento. O público assinante continua sendo prejudicado e pagando por um pacote incompleto. O anunciante vê sua relação custo X benefício diminuir.