Polêmica

RECURSO E DILIGÊNCIA AMEAÇAM CONCORRÊNCIA

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Proposta identificada e Duo Dilligence de Integridade podem mudar resultado da Petrobras

Vencedoras da concorrência da conta publicitária da Petrobras, que prevê investimento de R$ 550 milhões nos próximos dois anos, DPZ&T e Propeg enfrentam recursos e avaliações para serem confirmadas.

O processo da estatal, dona da maior verba de comunicação do setor público do país, encontra-se em fase de recursos e ainda vai realizar a chamada fase DDI, ou Duo Dilligence de Integridade.

Conforme informações do mercado, a proposta identificada da DPZ&T, o que não é permitido pelas normas licitatórias, está sendo avaliada, e envolvimento da Propeg na Operação Hidra de Lerna da Polícia Federal, ramificação da Lava-Jato, deflagrada em outubro do ano passado, deve ser alvo da DDI.

A agência Heads, que dividia a conta da Petrobras com NBS, ficou em terceiro lugar na concorrência, e a Ogilvy Brasil em quarto.

Conforme declarou nesta quarta-feira (8) ao jornal “Valor Econômico” o diretor de Governança e Conformidade da empresa, João Elek Júnior, “se o grau de risco de uma empresa for alto e eu tiver outras empresas capazes de me atender, e que não apresentem risco elevado, chamo essas outras”.

As denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato levaram a Petrobras a exigir programas de Integridade de seus fornecedores. Segundo Elek, a estatal já analisou o compliance de mais de 12 mil empresas para atestar se são idôneas e alinhadas à lei.

O VELHO PROBLEMA DO BV

Recentemente, durante concorrência de produção de som publicitário promovida por um dos maiores anunciantes do país, empresas do setor concorrentes se uniram em um grupo no WhatsApp para trocar informações sobre o processo.

Sua primeira vitória foi com relação ao prazo de pagamento proposto de 120 dias, que conseguiram reduzir para 60 dias ao não aceitarem em bloco o período sugerido.

Depois, também unidas, decidiram não refazer seus orçamentos originais nem conceder os chamados BVs de produção em forma de descontos, fazendo com que o anunciante escolhesse a vencedora dentro das condições inicialmente apresentadas.

O combatido BV de produção também é o que mais aflige o setor de produção de imagem, especialmente com relação a trabalhos realizados para empresas públicas.

Produtoras de comerciais estão confiantes na proposta da Petrobras de controle e fiscalização da ética e integridades de seus negócios.

Conforme fonte do setor, apesar dos esforços dessa empresa, é recorrente no mercado publicitário o conhecimento da cobrança desse BV por algumas agências que atendem contas públicas.

Produtoras invocam a lei anticorrupção de 2015 e o regulamento interno da Petrobras para contratação de terceiros como exemplo para que definitivamente a estatal deixe o noticiário como principal envolvida em casos dessa natureza.