Opinião

UMA “GUERRA” DE CRIATIVIDADE

Publicado em

Em países que aceitam propaganda comparativa, a criatividade faz a diferença

Ao contrário do que ocorre no Brasil, grandes mercados assistem e se divertem com a publicidade comparativa que promove batalhas criativas.

No país onde foram lançadas, as principais marcas de fast food travam uma “guerra” interessante, em que a Criação é a base do conteúdo.

Numa mesma seleção de comerciais, pode-se ver um garoto indignado com o roubo de suas Mc Fritas, até esconder o produto atrás de uma embalagem do Burger King que passa despercebida pelos larápios.

Enquanto isso, o Ronald Mc Donald’s se disfarça para poder comprar o seu lanche preferido no concorrente.

Cenas impossíveis de se ver na propaganda brasileira, onde diante de um ataque criativo do Habib’s contra os dois, o líder Mc Donald’s preferiu se escorar num código de ética que proíbe utilizar logotipos e até ícones implícitos.

A ação no Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária resultou na interrupção de uma série de filmes estrelados pelo palhaço símbolo de Mc Donald’s e o rei do Burger King.

Na França, outro mercado importante das redes norte-americanas, uma ação provocadora da Mc Donald ‘s recebeu resposta igualmente criativa de Burger King.

Ao recado que seus mil pontos de drive thrue estão muito mais próximos do que as lanchonetes do concorrente, Burger King lançou comercial ironizando a distância de forma absolutamente criativa.

No ano passado, as marcas debateram sobre o Mc Whooper, um sanduíche misto dos dois ícones das marcas servidos numa caixa do Mc Donald’s porém embalado no papel do Burger King. Uma ideia em favor da paz no mundo e renda revertida para uma entidade de assistência mundial.

Não deu certo, mas a iniciativa foi válida.

Quem sabe esses exemplos inspirem o Conar a rever e modernizar seu código, privilegiando a essência da propaganda, ou seja, a criatividade, em vez de proteger gigantes multinacionais que trocam a criatividade pelo caminho mais curto e fácil da censura.