Produtoras

PLAY SE REFORMULA PELA SOBREVIVÊNCIA

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Tula (direita) com nova equipe da Play

Talvez o maior crítico do atual sistema corporativo do segmento de produção de som publicitário, Tula Minassian apresenta ao mercado um novo formato de orçamento para suas produtoras, da original Play it Again, que completa 24 anos em abril à PlayRK30, que elabora conteúdo. Ele deixa claro que o lançamento do que chama de Casa de Produção, conceito que detalha cada orçamento e oferece opções para os compradores, visa principalmente a sobrevivência da empresa. “Hoje o mercado não entende o que está comprando e por isso luta para baixar os preços. A culpa é do próprio segmento, que não valoriza seu trabalho e apresenta um cardápio de trilhas brancas compradas a custos irrisórios, aceitando as imposições das entidades mais fortes, como a ABA e a Apro”, diz. “Eu não quero falar com o Rafael Sampaio, com a Sônia Piasse ou com a Ana Nogueira”, afirma, referindo-se aos diretores executivos contratados pela ABA, Apro e Aprosom. “Eu quero falar com o dono do negócio, quero líderes dos setores na mesa”, reclama. Desligada da Aprosom, assim como as que classifica como as outras grandes do segmento, Lua Nova e Tesis, a Play it Again travou batalha árdua com a entidade, no final do ano passado, durante episódio em que a Ambev passou a responsabilidade pela contratação de produtoras de áudio para campanhas de cerveja para sua Mesa de Compras. “Das 13 produtoras que assinaram o manifesto da Aprosom posicionando-se contra essa prática, cinco foram chamadas pela Ambev, romperam o acordo e fecharam contrato”, garante. Para Tula, a Apro, que no papel é a associação das produtoras de audiovisual, só se preocupa com a segunda parte. “Ela esquece que antes do visual vem o áudio. A verdade é que a Apro engoliu a Aprosom e faz o que quer. Não deixa a área de som nem sair na foto”, desabafa. Entre outras novidades, a Play também lança as “Trilhas Verdes”, numa contestação colorida às “Trilhas Brancas”. “Aqui estimulamos os músicos a criarem trilhas, colocamos num banco e oferecemos aos clientes que normalmente consomem as brancas. Com isso incentivamos nossos profissionais a criar, em vez de vender as Brancas cobrando por músicas que se compra sabe-se lá onde e vende-se por um valor cinco vezes maior.  Isso é agenciamento e não publicidade”, diz. Tula está especialmente animado com a PlayRK30, dirigida por Bia Ambrogi, que deve crescer com a aplicação da lei 12.485, proposta pela Ancine e que obriga as tevês por assinatura a exibirem três horas e meia diárias de conteúdo nacional. O Núcleo de Produção e Pesquisa, que visa oferecer as melhores possibilidades aos clientes, é comandado por Gabriela Ruffino e André Minassian. A Play it Again opera ainda com sedes no Rio de Janeiro e Curitiba, além da parceria com PC Bernardes em Lisboa que resultou na PlayAmics, que atende entre outros clientes as redes de supermercado Pingo Doce de Portugal e Biedronka, da Polônia, da carteira internacional da Duda Mendonça Propaganda.